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Clima

Fenômeno climático La Niña atingiu pico

O efeito tem um amplo impacto no clima de todo o mundo e é o oposto da fase quente produzida pelo fenômeno El Niño

La Niña produz um resfriamento em grande escala da temperatura da superfície nas partes central e oriental do Oceano Pacífico equatorialLa Niña produz um resfriamento em grande escala da temperatura da superfície nas partes central e oriental do Oceano Pacífico equatorial - Foto: ORLANDO SIERRA AFP/File

O fenômeno climático La Niña 2020-2021 já passou de seu pico, anunciou nesta terça-feira (9) a Agência Meteorológica das Nações Unidas, embora seu impacto sobre as temperaturas, chuvas e tempestades continue.
 
La Niña produz um resfriamento em grande escala da temperatura da superfície nas partes central e oriental do Oceano Pacífico equatorial e ocorre a cada dois a sete anos. 
 
O efeito tem um amplo impacto no clima de todo o mundo e é o oposto da fase quente produzida pelo fenômeno El Niño.
 
Além do resfriamento, La Niña é frequentemente associado a mais chuvas em algumas partes do mundo ou mais secas em outras. 
 
Os efeitos do La Niña começaram a ser sentidos no período agosto-setembro de 2020, segundo indicadores atmosféricos e oceânicos. 
 
"La Niña parece ter atingido o pico em outubro-novembro como um evento de força moderada", anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM). 
 
No entanto, a organização com sede em Genebra garante que há 65% de probabilidade de que La Niña continue a fazer sentir seus efeitos no período de fevereiro a abril. 
 
Posteriormente, existe uma probabilidade de 70% de que o Pacífico tropical retorne às condições neutras no ciclo abril-junho.
 
 
"El Niño e La Niña são os principais motores do sistema climático da Terra", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. 
 
"Mas os eventos climáticos naturais estão ocorrendo agora no contexto da mudança climática induzida pelo homem, que está aumentando as temperaturas globais, exacerbando as condições meteorológicas extremas, impactando as chuvas sazonais e complicando a prevenção e gestão de desastres".
 
Os efeitos de resfriamento temporário trazidos por La Niña não foram suficientes para impedir que 2020 fosse um dos três anos mais quentes já registrados. 
 
"Apesar da influência geral de resfriamento de La Niña, espera-se que as temperaturas terrestres fiquem acima do normal em muitas partes do globo entre fevereiro e abril de 2021", observa a OMM.
 
De acordo com a organização, os efeitos de La Niña e do El Niño sobre as temperaturas médias globais costumam ser maiores no segundo ano do evento, mas ainda não se sabe até que ponto o La Niña atual influenciará as temperaturas em 2021.
 
Temperaturas mais quentes
A OMM prevê que as temperaturas serão mais altas na maior parte do planeta de fevereiro a abril. Em particular na Ásia Ocidental, Central e Oriental e na metade sul da América do Norte. 
 
Também prevê que as temperaturas serão mais elevadas que o normal na maioria das altas latitudes no norte (com exceção do noroeste da América do Norte), em partes do sul, centro e leste da América do Sul e nas regiões equatorial e norte da África.


Em contrapartida, as temperaturas são esperadas "abaixo do normal na parte norte da América do Sul", segundo a organização. 
 
No período de fevereiro a abril, a OMM prevê um aumento incomum nas chuvas na maior parte do sudeste da Ásia, Austrália e norte da América do Sul e sul da África. 
 
Em contraste, na Ásia Ocidental e Central, bem como em parte do Chifre da África, África Central, latitudes subtropicais da América do Norte e algumas partes do sudeste da América do Sul, pode chover menos do que o normal.
 
O último La Niña, que foi breve e relativamente suave, começou a se desenvolver em novembro de 2017 e terminou em abril de 2018.

 

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