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Fernández deseja melhoras a Bolsonaro e diz que vírus não distingue governantes e governados

Com jeito de recado, Fernández escreveu que "todos e todas estamos ameaçados, e por isso é preciso que sejamos extremos nos cuidados"

Presidente eleito da Argentina, Alberto FernándezPresidente eleito da Argentina, Alberto Fernández - Foto: PEDRO PARDO / AFP

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, mandou uma mensagem a Jair Bolsonaro desejando "que ele se recupere rapidamente". O líder brasileiro anunciou nesta terça (7) ter sido infectado por coronavírus.

No texto, divulgado pela chancelaria argentina, Fernández diz que este "é um vírus que não distingue governantes e governados". "É assim que nossos povos o entendem", acrescentou.

Com jeito de recado, Fernández escreveu que "todos e todas estamos ameaçados, e por isso é preciso que sejamos extremos nos cuidados".

 



Os mandatários trocam farpas desde a campanha eleitoral argentina, no ano passado, quando Bolsonaro apoiou o então presidente Mauricio Macri.

O líder brasileiro não foi à posse de Fernández e, mesmo após mais de seis meses de mandato do argentino, não manteve diálogo direto com o chefe de Estado do vizinho mais importante do Brasil.

Os presidentes também divergem nas estratégias no combate ao coronavírus. A Argentina está em quarentena há mais de 110 dias, com regras ainda mais duras na região metropolitana de Buenos Aires, que concentra 97% dos contágios do país.

Em diversas oportunidades, Fernández questionou a dualidade da narrativa que opõe a priorização da saúde ou da economia, deixando claro que sempre irá optar pela primeira.

Já Bolsonaro, desde o início da crise mundial do coronavírus, tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo, tratar como exageradas algumas medidas tomadas no exterior e por governadores de estado no país.

Ele também provocou aglomerações, muitas vezes sem uso de máscara recomendada para evitar o contágio da Covid-19.

Bolsonaro aproveitou o anúncio do seu teste para Covid-19 para defender o uso da hidroxicloroquina como medicamento eficaz para o tratamento da doença, mesmo sem que ainda exista comprovação científica do remédio. Ele afirmou que está tomando a droga.

O presidente declarou ainda que teve cansaço, febre e um pouco de dor muscular. De acordo com ele, se tivesse apenas tomado a hidroxicloroquina de forma preventiva, ele estaria bem e "sem esboçar qualquer reação". Ainda segundo o presidente, na manhã desta terça sua febre baixou para cerca de 36,7°C.

Fernández terminou a mensagem enviada ao presidente brasileiro dizendo que, "nesta hora difícil, envio meu cumprimento e toda a minha solidariedade ao povo do Brasil".

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