Festas juninas acendem alertas contra queimaduras; veja como agir
Chefe do Centro de Queimados do Hospital da Restauração pede atenção redobrada nessa época
Com a proximidade do São João, os riscos de acidentes envolvendo fogueiras e fogos de artifício aumentam, o que pode elevar o número de pessoas vítimas de queimaduras. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), entre janeiro e abril deste ano, já foram registrados 3.540 procedimentos hospitalares e 32.631 procedimentos ambulatoriais em decorrência de queimaduras no Brasil.
Para orientar a população quanto às formas de prevenção e o que fazer caso sofra um acidente deste tipo, o MS elencou atitudes que podem ser tomadas nesse período (veja detalhes no infográfico). Segundo estimativas da pasta, mais de 100 mil pessoas são vítimas de acidentes por queimaduras no Brasil por ano, com as crianças representando cerca de 40% dos casos em ambientes domésticos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são aproximadamente 180 mil mortes a cada ano em decorrência de queimaduras.
Chefe do Centro de Queimados do Hospital da Restauração, Marcos Barreto destaca a necessidade e atenção redobrada nessa época de festejos juninos, especialmente no interior do Estado, onde as celebrações estão mantidas. “Essa semana é crucial, essa e a próxima, porque temos véspera e dia de São João, com o final de semana atrelado, e mais o São Pedro na semana seguinte”, disse. Na Região Metropolitana do Recife, diferentes cidades adiaram as festas juninas devido às fortes chuvas que atingiram a região recentemente.
Em Pernambuco, afirmou Barreto, os casos de queimaduras diminuíram na pandemia. “Nos últimos dois anos, teve uma redução bem acentuada no número de acidentados com fogos e fogueiras porque tiveram as restrições aos festejos juninos por conta da pandemia”, comentou.
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No entanto, adverte, é necessário manter a atenção. “De qualquer forma, como as pessoas estavam fora do contexto junino já há dois anos, é interessante que nós não tivemos praticamente acidentes com fogos e fogueira ainda esse ano, a não ser um ou dois casos que nós tivemos. Um mais grave e outro mais leve, de criança que explodiu fogos de artifício nas mãos, um deles teve a parte das mãos bem comprometida”, disse.
Como reforça o chefe Centro de Queimados do Hospital da Restauração, pais e responsáveis devem estar ainda mais atentos às crianças durante o manuseio de fogos de artifício e as brincadeiras próximas a fogueiras.
“Já que você está dando um artefato que pode causar um acidente, que esteja pelo menos próximo. Leia as instruções porque até nas caixinhas do “traque de massa” [artefato comumente usado por crianças pequenas] está escrito que não deve ser usado por crianças abaixo dos três anos de idade. Então, tem os seus riscos de qualquer forma”, alertou.
Os cuidados também devem ser redobrados durante o acendimento das fogueiras. “E as fogueiras são essas que trazem grandes acidentes porque é exatamente o horário de você acender a fogueira que leva ao grande problema, que é a utilização dos combustíveis. Então, na realimentação da fogueira, jogando combustível, já com uma chama acesa na fogueira, tem o retorno por conta dos combustíveis, que está na mão de quem está acendendo que geralmente é uma garrafa pet ou um lata com álcool, gasolina, querosene, ou seja lá o que for, e aquilo explode. E quando explode não pega só quem está com o depósito na mão, pega quem está no entorno”, reforçou.