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Filha de ex-ditador e ex-primeira-dama lideram corrida presidencial na Guatemala

A candidatura de Zury Rios causou protestos por parte dos povos originários do país

Indígenas guatemaltecos participam de uma manifestação de protesto contra a candidatura à presidência de Zury Rios, filha do falecido ditador guatemalteco (1982-1983) Efrain Rios Montt, em frente ao Tribunal Constitucional da Cidade da Guatemala, em 24 deIndígenas guatemaltecos participam de uma manifestação de protesto contra a candidatura à presidência de Zury Rios, filha do falecido ditador guatemalteco (1982-1983) Efrain Rios Montt, em frente ao Tribunal Constitucional da Cidade da Guatemala, em 24 de - Foto: Johan Ordonez / AFP

A filha do ex-ditador Efraín Ríos Montt e uma ex-primeira-dama de centro-esquerda lideram as pesquisas na Guatemala para as eleições presidenciais de 25 de junho, cuja campanha começou oficialmente nesta segunda-feira (27).

A conservadora Zury Ríos, filha do ditador falecido Ríos Montt (1982-1983), e a ex-primeira-dama Sandra Torres (2008-2011), que perdeu as eleições presidenciais em 2015 e 2019, estão praticamente empatadas, com 21% e 20% das preferências, respectivamente, segundo o instituto CID Gallup. Outras pesquisas apresentam resultados semelhantes.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) encerrou oficialmente a inscrição de candidatos, abrindo formalmente a campanha hoje, informou seu porta-voz, Luis Gerardo Ramírez.

Há 20 candidatos à presidência, um número usual na Guatemala, e o TSE avalia se outros três candidatos cumprem os requisitos para participar. A campanha começa com denúncias de fraude pela exclusão da candidata indígena Thelma Cabrera e a participação de Zury Ríos, filha do general que governou o país com mão de ferro entre 1982 e 1983.

As duas favoritas concentram suas promessas de campanha na redução da violência, melhora da educação e saúde e no combate à pobreza, que afeta 59% dos 17 milhões de habitantes da Guatemala.

Ativistas da Frente de Resistência Contra a Fraude Eleitoral e a Ditadura protestaram na semana passada na capital contra a candidatura da filha do ex-ditador. Eles alegam que ela teria proibição constitucional, por ser filha de Ríos Montt, que liderou a derrubada do general Lucas García (1978-1982) e se autoproclamou presidente.

Ríos Montt foi condenado em 2013 a 80 anos de prisão por genocídio, mas a sentença foi anulada devido a erros processuais. A Justiça ordenou um novo julgamento, mas, em 2018, o general morreu, aos 91 anos.

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