RIO DE JANEIRO

Filha de idosa encontrada morta há 6 meses em casa dizia a vizinhos que a mãe havia sido enterrada

Segundo relatos, a mulher era farmacêutica e passou a manter sempre o apartamento fechado e sem receber visitas

Filha de idosa encontrada morta há seis meses em casa dizia que a mãe havia sido enterrada, contam vizinhosFilha de idosa encontrada morta há seis meses em casa dizia que a mãe havia sido enterrada, contam vizinhos - Foto: Reprodução

O corpo de uma idosa foi encontrado por funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no último sábado, já em estado avançado de decomposição dentro da própria casa na Zona Norte do Rio. A filha de Maria Auxiliadora de Andrade Santos, de 75 anos, estaria vivendo no apartamento com o cadáver trancado no quarto há cerca de seis meses.

O Globo foi até a rua Marco Polo, em Vila da Penha, onde fica localizada a residência e, segundo os relatos de vizinhos do prédio e de comerciantes locais, há três meses a filha teria dito que Maria Auxiliadora havida falecido e já tinha sido enterrada.

— Ela era uma senhora ativa, sempre passava aqui pela rua para ir à igreja. De uns tempos para cá, ela sumiu. Outra senhora, que ia com ela ao culto toda semana, foi a primeira a perguntar e a filha disse que ela estava com uns problemas de saúde. Sempre enrolava dizendo que não podíamos visitar ela. Coisa de uns três meses, a filha disse aos vizinhos que a mãe teria falecido e a família não teve tempo de comunicar sobre o enterro — conta um comerciante local, que trabalha na região há mais de 20 anos.

 

Segundo o relato de um vizinho do prédio, que preferiu não se identificar, o apartamento das duas é térreo do edifício de quatro andares e nenhum morador relatou ter sentido o mau cheiro. Apenas que a residência passou a estar sempre fechada.

 

Maria Auxiliadora de Andrade Santos — Foto: Reprodução / TV Globo

— A única coisa que a gente percebeu é que o apartamento passou sempre a estar fechado, mas o cheiro ruim não tinha. Não senti e nem ouvi isso de ninguém. A dona Maria Auxiliadora sempre morou aqui. Antes era com o marido, o filho e a filha, mas depois o companheiro faleceu e o filho também acabou morrendo de Covid, então ficaram só elas duas.

Ainda segundo o vizinho do prédio, a filha da idosa era farmacêutica e, nos últimos meses, eles perceberam uma mudança no comportamento dela.

— Ela andava com uma feição meio estranha, o comportamento também mudou, não parecia estar bem e nem se comportar como a conhecíamos, mas nada que a gente pudesse imaginar que estaria acontecendo uma coisa dessa. Ela era farmacêutica e, pelo que vimos e soubemos nos comentários aqui da rua no sábado, ela estaria manipulando remédios e formol para manter o corpo com menos cheiro.

Outro morador da região relatou que quem teria chamado o Samu foi a neta de Maria Auxiliadora.

— O que ficamos sabendo aqui foi que ela se sentiu mal e pediu ajuda para a filha, de 22 anos, a mãe já beira os 50 anos de idade. A filha dela ligou para o Samu, que foi quando os médicos vieram e acabaram descobrindo tudo. Foi uma surpresa para a gente, um caso assustador, ninguém imaginava isso.

De acordo com o RJTV, quando os socorristas entraram no apartamento, encontraram a filha da idosa deitada no sofá. Após uma análise clínica, viram que ela estava bem, mas sentiram um cheiro forte. A mulher ainda teria tentado desconversar e dispensar os médicos, mas um deles insistiu e resolveu arrombar a porta do quarto e descobriu o cadáver. O corpo da idosa foi removido para o Instituto Médico-Legal do Centro.

O caso segue sendo investigado pela 27ª DP (Vicente de Carvalho), as causas e as circunstâncias da morte estão sendo apuradas. Uma perícia foi realizada no cadáver e a filha foi ouvida e liberada no mesmo dia da ocorrência.

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