SAÚDE

Fim da calvície? Cientistas criam folículos capilares em pele cultivada em laboratório

Os folículos criados com impressora 3D ajudam a produzir suor, regular a temperatura corporal e contêm células-tronco que auxiliam na cura de várias doenças

Os cientistas iniciaram o processo cultivando amostras de células da pele e folículos em laboratório Os cientistas iniciaram o processo cultivando amostras de células da pele e folículos em laboratório  - Foto: Reprodução/ YouTube/ Rensselaer

Pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos criaram folículos capilares com impressora 3D em tecido de pele humana cultivado em laboratório. Eles iniciaram o processo cultivando amostras de células da pele e folículos em laboratório, após o que são misturadas com proteínas especiais e outros materiais para criar a chamada “bio-tinta”.

Essa substância é então inserida na pele cultivada em laboratório por meio de uma agulha fina que constrói a estrutura camada por camada, como qualquer forma de impressão 3D. Eventualmente, as células da pele migram para os canais que circundam as células ciliadas, criando estruturas semelhantes a folículos capilares profundamente incrustadas na camada dérmica da pele.

O problema desses tecidos artificiais é que eles não têm uma forte durabilidade, segundo os cientistas duram de duas a três semanas, o que não é tempo suficiente para o desenvolvimento dos fios de cabelo. Entretanto, os cientistas estão satisfeitos com os primeiros resultados e os progressos alcançados até então.

“A reconstrução dos folículos capilares usando células de origem humana tem sido historicamente um desafio. Alguns estudos demonstraram que se estas células forem cultivadas num ambiente tridimensional, podem potencialmente originar novos folículos capilares ou hastes capilares, e o nosso estudo baseia-se neste trabalho”, disse Pankaj Karande, professor associado de engenharia química e biológica do Instituto.

Apesar do resultado poder ser usado na parte cosmética como um remédio para a queda do cabelo, o objetivo principal dos cientistas agora é desenvolver uma pele cultivada em laboratório que atue exatamente como a pele humana natural, visto que os folículos são pontos cruciais da pele que produzem suor, ajudam a regular a temperatura corporal e contêm células-tronco que auxiliam na cura de várias doenças.

Os folículos capilares também são importantes para a absorção de medicamentos e cosméticos tópicos, o que significa que sua presença é importante para a pele cultivada em laboratório e usada em testes de drogas.

Entretanto, há pesquisadores que estão investigando a possibilidade de utilizar a tecnologia de impressão 3D para futuros tratamentos contra a queda de cabelo.

“No momento, os modelos de pele contemporâneos, ou seja, as estruturas projetadas que imitam a pele humana, são bastante simples. Aumentar a sua complexidade adicionando folículos capilares nos daria ainda mais informações sobre como a pele interage com produtos tópicos”, explicou Carolina Catarino, autora principal do estudo.

Calvície
Para as novas gerações, os fios na cabeça parecem tem um impacto ainda maior. Uma pesquisa realizada no Reino Unido revelou que nove em cada 10 jovens adultos estão preocupados com a possibilidade de o cabelo ficar ralo, diminuir de volume ou desaparecer completamente, segundo informações do The Mirror.

A preocupação de ficar careca é uma crescente fonte de ansiedade entre jovens. Tanto que, na Inglaterra, a condição ganhou até termo específico e vem sendo chamada de "hairxiety" (união das palavras em inglês "hair", que significa "cabelo", e "anxiety", que significa "ansiedade").

Dados da Harley Street Hair Clinic, líder da indústria em transplantes capilares, mostram que 88% dos jovens de 18 a 24 anos disseram estar preocupados com a perda de mechas. Para fator de comparação, essa é uma preocupação para 74% da população britânica em geral, o que significa que os adultos mais jovens também são os mais propensos a pensar na possibilidade de queda de cabelo.

No entanto, a preocupação parece não ser infundada. A perda de cabelo à medida que envelhecemos é comum, com três quartos dos homens e quase dois terços das mulheres experimentando alguma forma dela, incluindo dois terços dos jovens de 18 a 24 anos.

Fatores ambientais também podem causar queda de cabelo, incluindo infecções, uso de medicamentos e aumento do estresse, que também pode contribuir para deixar os fios grisalhos. No caso do estresse, é um ciclo que se retroalimenta à medida que um terço dos jovens de 18 a 24 anos disse que está sofrendo de aumento dos níveis de estresse diretamente como resultado da perda de cabelo. Um quarto também disse que sua confiança geral foi abalada por sua aparência, especificamente devido ao cabelo e 10% disseram que isso afetou sua saúde mental de forma a resultar em episódios e pensamentos depressivos.

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