Finanças do Vaticano em déficit apesar da venda de edifício em Londres
Segundos dados oficiais, o orçamento provisório para 2022 da Cúria Romana (governo central), prevê um déficit líquido de 33 milhões de euros
O Vaticano, que teve que vender um prédio luxuoso em Londres após um escândalo financeiro envolvendo doações ao papa, prevê mais um ano de déficit em 2022.
Segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (28), o orçamento provisório para 2022 da Cúria Romana (governo central), prevê um déficit líquido de 33 milhões de euros.
Os efeitos da crise sanitária, com menos doações e menos admissões aos Museus do Vaticano, afetaram as finanças da Santa Sé, já atingidas por uma série de investimentos equivocados ao longo de décadas.
O papa Francisco prometeu maior transparência nas contas internas após a aquisição de um luxuoso prédio em Londres, por um preço superior ao seu valor real e realizado por meio de pacotes financeiros altamente especulativos, pelos quais o Vaticano iniciou em julho um julgamento por fraude financeira.
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"O contrato para a venda (do prédio de Londres) foi assinado, recebemos 10% do depósito e será fechado em junho de 2022", explicou o ministro da Economia, Juan Antonio Guerrero, ao portal de notícias do Vaticano, VaticanNews.
A Santa Sé não especificou o nome do comprador, nem revelou o preço, mas uma fonte interna revelou ao Financial Times que se trata do grupo americano Bain Capital.
Segundo o jornal, o Vaticano perderia 100 milhões de libras por seu investimento de 350 milhões de euros, iniciado em 2014.
O caso representa um desafio para o papa Francisco, pois revelou a falta de controle nas finanças do Vaticano, que o levou a iniciar uma reforma interna e eliminar privilégios obscuros de várias entidades vaticanas.