Fiocruz sugere medidas rígidas para bloqueio da transmissão
Fundação recomenda restrição de atividades não essenciais por 14 dias
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugere a adoção de medidas rígidas para o bloqueio da transmissão da doença em todos os estados, capitais e municípios que se encontram na zona de alerta crítico. O apelo faz parte do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, divulgado nesta terça-feira (23).
As principais recomendações apontadas pela Fiocruz são a restrição das atividades não-essenciais por cerca de 14 dias, para redução de aproximadamente 40% da transmissão, e o uso obrigatório de máscaras por pelo menos 80% da população.
O documento destaca ainda o agravamento do cenário nacional, que apresenta números extremamente altos de casos e óbitos diários por Covid-19, a permanência da tendência de aceleração da transmissão do Sars-CoV-2 e o quadro muito crítico das taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.
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De acordo com os dados, ocorreram, em média, 73 mil casos diários e 2 mil óbitos por dia na última semana epidemiológica analisada, no período de 14 a 20 de março. O número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia e o número de óbitos por covid-19 aumentou para 3,2% ao dia. Também foi observado um aumento desproporcional da mortalidade no país, passando de cerca de 2% no final de 2020 para 3,1% em março deste ano.
Com relação às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no SUS, os dados continuam indicando um quadro extremamente crítico no país. Segundo o boletim da Fiocruz, na região Norte, se destaca a saída do Amazonas da zona crítica para a de alerta intermediário, agora com uma taxa de 79%.
Em compensação, piora a ocupação de UTIs Covid-19 na região Sudeste: na última semana, em Minas Gerais, a taxa de ocupação cresceu de 85% para 93%; no Espírito Santo, de 89% para 94%; no Rio de Janeiro, de 79% para 85%; e em São Paulo, de 89% para 92%. A região Sul e a Centro-Oeste mantiveram taxas superiores a 96%. Piauí (96%), Ceará (97%), Rio Grande do Norte (96%) e Pernambuco (97%) destacaram-se com as piores taxas na região Nordeste, apontou o boletim da Fiocruz.