Flórida avalia danos após passagem de furacão
Na Flórida, Geórgia e Carolina do Sul, mais de 310mil residências ficaram sem luz na manhã desta quinta-feira (31)
Moradores do estado da Flórida limpavam nesta quinta-feira (31) suas casas, após as inundações provocadas pelo furacão Idalia, que foi rebaixado a tempestade e avançava pela costa sudeste dos Estados Unidos.
O Idalia tocou a terra ontem na Flórida, após iniciar sua trajetória na segunda-feira, perto da costa oeste de Cuba, e ameaça, agora, o estado da Geórgia, onde os moradores das zonas costeiras já sofrem com cortes de energia.
Na Flórida, Geórgia e Carolina do Sul, mais de 310mil residências ficaram sem luz na manhã de hoje, informou o portal especializado PowerOutage.us.
"Tudo o que estava no chão foi arruinado. Havia muita coisa nas paredes, mas ficou tudo bem, só precisa de limpeza", descreveu à AFP Keith Randall, 52, dono de uma loja de decoração. “Isso nos atingiu com muita força por dentro”, disse o morador de Crystal River, cerca de 160 km ao sul de onde o furacão tocou a terra.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou hoje que irá visitar a Flórida na manhã de sábado, depois que o Idalia causou inundações e aumentos recordes no nível de água.
Autoridades não reportaram vítimas, mas o republicano Ron DeSantis, governador da Flórida, advertiu que o cenário pode mudar, diante da magnitude da tempestade.
Funcionários do estado informaram que as equipes de resgate estão nas ruas, mas reconheceram que elas podem demorar a chegar a áreas bloqueadas pela queda de árvores ou por inundações.
Idalia atingiu a Flórida, perto de Keaton Beach, como furacão de categoria 3 (em uma escala que vai até 5), com ventos de até 215 km/h, às 7h45 de quarta-feira, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
Em alguns pontos do litoral, as águas subiram até cinco metros, segundo o NHC.
Algumas horas depois, Idalia perdeu força, mas provocou ventos próximos de 100 km/h na Geórgia e na Carolina do Sul.
"Ainda há muitos pontos de inundação em Charleston", na Carolina do Sul, informou na quarta-feira à noite ao canal CNN o diretor de gestão de emergências da cidade, Ben Almquist.
Aterrorizante
Segundo projeções, a tempestade irá concluir hoje seu trajeto no Atlântico. Autoridades ordenaram a saída de milhares de moradores de vários pontos na Flórida, mas alguns residentes se recusaram a deixar suas casas.
Em Perry, uma das cidades mais afetadas, dezenas de árvores foram arrancadas pelos ventos. Um pinheiro caiu sobre a casa de John Kallschmidt, 76 anos, que destacou uma experiência "aterrorizante". "Foi pior do que esperávamos", declarou à AFP. "Mas as coisas são assim, a vida é assim na Flórida".
Em Steinhatchee, pequena cidade de mil habitantes localizada 30 km ao sul de Keaton Beach, a rua principal, quase deserta, ficou alagada e parecia a extensão de um rio próximo. "Algumas árvores caíram na frente da minha casa, mas a casa resistiu. Está tudo bem", disse à AFP Patrick Boland, 73 anos, que permaneceu em sua residência.
Na área de Tampa Bay, que tem mais de três milhões de moradores, as ruas ficaram inundadas e alguns moradores foram obrigados a utilizar embarcações em seus deslocamentos.
Mais de 1mil integrantes de equipes de emergência foram mobilizados pelas autoridades federais, depois que a Casa Branca pediu uma vigilância reforçada.
"Idalia é a tempestade mais potente a tocar o solo nesta área da Flórida em mais de 100 anos", declarou Deanne Criswell, diretor da Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema).
Cientistas alertam que as tempestades serão cada vez mais potentes, devido ao aumento das temperaturas provocado pelas mudanças climáticas. O presidente Joe Biden declarou que "ninguém pode negar o impacto da crise climática. Basta olhar ao nosso redor", afirmou, referindo-se a inundações e aos incêndios recentes e devastadores no Havaí e Canadá.