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Flórida pede que população se retire ante chegada do furacão Milton

Geradores, alimentos, água e tendas estão sendo distribuídos por toda a Flórida e muitos habitantes estão protegendo suas casas ou planejam ir embora

Uma mulher caminha na chuva causada pelo furacão Milton em Mérida, estado de Yucatán, MéxicoUma mulher caminha na chuva causada pelo furacão Milton em Mérida, estado de Yucatán, México - Foto: Hugo Borges / AFP

As autoridades de Flórida multiplicaram, nesta terça-feira (8), os pedidos de evacuação ante a chegada de Milton, um furacão "extremamente perigoso" que se espera que toque a terra na península do sudeste americano na noite de quarta-feira (8).

O presidente Joe Biden afirmou que Milton pode ser "a pior tempestade na Flórida em um século" e pediu aos americanos em áreas de risco para "se retirarem agora, agora, agora".

"É uma questão de vida ou morte", acrescentou o mandatário.

Milton avançava pelo golfo do México na manhã desta terça-feira como um furacão de categoria 4, com ventos máximos sustentados de 230 km/h.

Após enfraquecer de categoria 5 para 4, espera-se que atinja a Flórida na noite de quarta-feira como uma tempestade de categoria 3, de acordo com o centro de furacões (NHC) dos Estados Unidos, que o classificou como "um furacão extremamente perigoso".

Já afetada pela destruidora passagem do furacão Helene há dez dias, o qual deixou mais de 230 mortos, "toda a península da Flórida está sob algum tipo de alerta ou advertência", afirmou, nesta terça-feira, o governador do estado, o republicano Ron DeSantis.

"Helene foi um chamado de atenção. Isso é literalmente catastrófico", disse na segunda-feira à CNN Jane Castor, prefeita da cidade de Tamp. "Posso dizer isso sem que seja exagerado: se escolherem ficar em uma das zonas de evacuação, morrerão".

Distribuídos geradores, alimentos, água e tendas estão sendo distribuídos por toda a Flórida e muitos habitantes estão protegendo suas casas ou planejam ir embora. "Vocês têm tempo para sair, então, por favor, saiam", pediu DeSantis aos moradores das áreas de risco na segunda-feira.

"Se ficarem, vão morrer" 
"Helene foi um alerta. É literalmente uma catástrofe", disse na segunda-feira à CNN Jane Castor, prefeita da cidade de Tampa. "Posso dizer isso sem exagerar: se escolherem ficar em uma das áreas de evacuação, vão morrer".

Geradores, alimentos, água e lonas estão sendo distribuídos por toda a Flórida, e muitos moradores estão protegendo suas casas ou planejam sair. "Vocês têm tempo para partir, então, por favor, façam isso", pediu DeSantis na segunda-feira aos moradores de áreas de risco.

Milton passou perto da península de Yucatán, no México, na noite de segunda-feira, provocando intensas chuvas, ventos fortes e ondas, mas sem que danos maiores fossem registrados.

A vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, pediu aos moradores da Flórida que "levem a sério" as autoridades locais.

"Moradores da Flórida, vocês são pessoas resilientes que sofreram muito, mas este será diferente", advertiu Harris na rede ABC.

Em uma demonstração da gravidade da situação, Biden suspendeu uma viagem que tinha programada para Alemanha e Angola nesta semana, informou a Casa Branca nesta terça-feira.

Filas em Tampa 
O sudeste dos Estados Unidos ainda se recupera do impacto devastador do furacão Helene, que causou inundações e danos consideráveis em seis estados, com um saldo de pelo menos 234 mortes, enquanto os serviços de emergência continuam trabalhando para ajudar as inúmeras vítimas.

Em uma cena frenética que se repetia em vários lugares da Flórida, dezenas de carros formavam fila em um ginásio em Tampa para pegar sacos de areia para proteger suas casas das inundações que Milton trará.

John Gómez, de 75 anos, ignorou as recomendações e viajou de Chicago para tentar salvar a casa que tem na Flórida.

"Acho que é melhor estar aqui caso algo aconteça", disse Gómez enquanto esperava na fila. "Se estou em Chicago e algo acontece, não posso fazer nada", afirmou.

Milton pode ser "a pior" tempestade a atingir a área de Tampa em mais de 100 anos, segundo o NHC.

Os cientistas sustentam que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões, pois as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d'água, o que fornece mais energia às tempestades e, consequentemente, intensifica seus ventos.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) havia previsto em maio que a temporada de furacões no Atlântico Norte (de junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano devido à temperatura dos oceanos.

Em plena campanha presidencial, o candidato republicano Donald Trump aproveitou a frustração sobre a resposta federal ao furacão Helene e a alimentou com desinformação, afirmando falsamente que o dinheiro para desastres havia sido malversado e gasto em migrantes.

Kamala, sua rival democrata, o chamou de "extraordinariamente irresponsável".

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