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Argentina

FMI se reúne com Milei e Bullrich para 'entender suas prioridades' para a Argentina

Órgão acompanha de perto a corrida eleitoral no país sul-americano, com o qual assinou um programa de crédito em 2022

Javier Milei, Patricia Bullrich são os candidatos com chances de chegar à Presidência da Argentina após as primárias de domingoJavier Milei, Patricia Bullrich são os candidatos com chances de chegar à Presidência da Argentina após as primárias de domingo - Foto: AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) se reuniu com dois candidatos à Presidência da Argentina, o ultraliberal Javier Milei e a conservadora Patricia Bullrich, "para entender suas prioridades econômicas", informou a organização financeira nesta sexta-feira (18).

O FMI acompanha de perto a corrida eleitoral no país sul-americano, com o qual assinou um programa de crédito em 2022, pelo qual a Argentina recebe US$ 44 bilhões (R$ 218,7 bilhões, na cotação atual) em 30 meses, em troca de o banco central aumentar suas reservas internacionais e o governo reduzir o déficit fiscal.

O diretor do FMI para as Américas, Rodrigo Valdés, e outros membros de sua equipe, tiveram uma reunião virtual na manhã desta sexta-feira com Milei, um economista de extrema direita de 52 anos que abalou o cenário político argentino ao ser o mais votado nas primárias, no último domingo.

Entre suas propostas, destacam-se duas que têm gerado muita discussão: dolarizar a economia e eliminar o Banco Central da República Argentina (BCRA), responsável por definir as taxas de juros e controlar uma das inflações mais altas do mundo (115% ao ano).

Dario Epstein, assessor econômico de Milei, afirmou na rede social X, antigo Twitter, que o candidato expôs sua visão e disse: "Nós não vamos dar um calote no FMI nem na dívida soberana".

No início da semana, o FMI se reuniu com Bullrich, defensora da manutenção de uma economia bimonetária, com a moeda local, o peso, e o dólar.

Luciano Laspina, assessor econômico de Bullrich, afirmou dias antes das primárias que "a Argentina precisa assinar um acordo com o FMI novamente, no mínimo, para evitar um calote ou atraso (nos pagamentos), e se esse acordo resultar em apoio financeiro, esses fundos devem ser usados para proteger as economias dos argentinos".

Para o FMI, as reuniões virtuais "foram uma oportunidade para trocar pontos de vista sobre as perspectivas econômicas atuais da Argentina e compreender suas prioridades de política econômica", disse um porta-voz da organização financeira, que pediu para não ser identificado.

Essas reuniões fazem parte dos contatos "rotineiros" com líderes políticos e econômicos "para entender suas visões e opiniões sobre os objetivos gerais e as políticas-chave dos programas apoiados pelo Fundo", acrescentou.

O FMI conhece bem o outro candidato presidencial com chances em outubro, o atual ministro da Economia e figura do peronismo governista, Sergio Massa, com quem negociou algumas revisões do acordo.

Na próxima quarta-feira, o conselho executivo do FMI se reunirá para aprovar o envio de fundos para a Argentina, após o acordo alcançado sobre a quinta e sexta revisão do programa, que envolve o repasse de US$ 7,5 bilhões (R$ 37,3 bilhões) em duas parcelas: em 23 de agosto e na primeira semana de novembro.

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