DESAPARECIDO

Fogo, falha de energia e implosão: o que pode ter ocorrido com o submarino que sumiu rumo ao Titanic

Oxigênio do Titan pode acabar até esta quinta-feira; equipes de busca dos EUA e Canadá estão mobilizadas no resgate

Bilionário britânico Hamish Harding está entre a tripulação de submarino que perdeu contato ao visitar Titanic Bilionário britânico Hamish Harding está entre a tripulação de submarino que perdeu contato ao visitar Titanic  - Foto: Reprodução/Instagram

Enquanto as operações de busca correm contra o relógio para localizar o submarino Titan, que desapareceu após partir rumo aos destroços do Titanic, localizados a uma profundade de 3,8 mil metros, segue o mistério do que pode ter provocado a perda de contato do veículo com a superfície.

O submersível e seus cinco tripulantes iniciaram a descida nas águas do Atlântico Norte durante a madrugada de domingo e desapareceram após 1 hora e 45 minutos.

O tempo transcorrido indica que boa parte do percurso até o naufrágio já teria sido percorrido, já que, segundo a OceanGate, a descida demora cerca de 2 horas e 30 minutos. As estimativas das autoridades apontam que os tripulantes podem ficar sem oxigênio nesta quinta-feira.

O melhor cenário
No melhor dos cenários, o Titan teria voltado a superfície e estaria flutuando, esperando ser encontrado, segundo o professor da Universidade de Sydney, Stefan B. Williams, especialista em submarinos não tripulados.

— Essa é uma possibilidade, mas presumivelmente, no final do mergulho, a embarcação teria emergido conforme o esperado. Isso parece cada vez mais improvável com o passar do tempo — disse o professor ao site Insider.
 

Em teoria, caso tivesse enfrentado uma falha de energia, por exemplo, o submarino teria soltado seus pesos e emergido. Posteriormente, deveria fazer contato via rádio com o navio que lhe dá assistência — o que não aconteceu. Caso o veículo esteja à deriva e sem nenhuma fonte de energia, os tripulantes ainda se encontrariam reféns da curta reserva de oxigênio, dado só ser possível abrir a escotilha do Titan pelo lado de fora.

Implosão
O cenário mais catastrófico é o de que os efeitos da pressão tenham provocada a implosão do Titan. Segundo estimativas, cada centímetro quadrado do submarino estaria sendo submetido a uma força equivalente a mais de duas toneladas, no momento em que o contato com a superfície foi perdido.

— Se algo deu errado, há uma boa chance de ter dado muito errado. Se o vaso de pressão falhou catastroficamente, é como uma pequena bomba explodindo. O potencial é que todos os dispositivos de segurança possam ser destruídos no processo — disse Williams.

Conforme o Titan descia rumo ao naufrágio, um sistema de monitoramento deveria apontar as condições do casco. O submarino é composto duas estruturas de titânio, conectados por fibra de carbono. Essa última trata-se de um material pouco testado.

Fogo na cabine
Outra possibilidade é que um incêndio — iniciado, por exemplo, por um curto circuito — tenha ocorrido no interior do Titan, segundo aponta o jornal britânico The Guardian. O ar dentro de submarino tende a ser mais rico em oxigênio, o que aumenta os riscos do fogo se alastrar. Ainda que as chamas fossem controladas, a fumaça poderia intoxicar os passageiros, matando-os.

Presos ao fundo do mar
Uma terceira possibilidade é a de que o submersível tenha ficado preso ao fundo do mar. Dada a profundidade, apenas outros veículos similares, tripulados ou não, além de aparelhos de sonar, teriam capacidade de identificar o Titan no leito oceânico. Dada a profundidade do local, mais de 3 quilômetros abaixo da superfície, um eventual resgate enfrentaria grandes dificuldades, como a escuridão do local, as baixas temperaturas e a pressão.

O submarino partiu com oxigênio suficiente para quatro dias, reserva que deve chegar ao fim nesta quinta-feira. Ainda assim, segundo o professor Williams, há outras dificuldades a serem enfrentadas pelos seus ocupantes. Caso o submarino tenha ficado sem energia, a temperatura em seu interior teria caído para 4°C.

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