Folha de Pernambuco e Rádio Folha são selecionadas em programa do Meta
Programa Acelerando a Transformação Digital, do ICFJ em parceria com a Meta, selecionou 25 veículos brasileiros. Projeto da Folha contará com produção de podcast
A inovação é um trabalho constante. Ao contrário do que muita gente pode pensar, ela não acontece só no barulho das grandes revoluções, mas, sobretudo, no silêncio quase imperceptível do cotidiano, mais precisamente, na capacidade de enxergar as oportunidades de melhoria nos detalhes mínimos e básicos da produção diária. Essa é uma lição que não pode ser ignorada pelas organizações, especialmente quando elas estão imersas em uma sociedade hiperconectada.
Sempre atenta às inovações e tendências que o mercado da informação vivencia, a Folha de Pernambuco dá mais um passo importante no sentido de se renovar e se manter em destaque no cada vez mais complexo e pulverizado mundo da comunicação.
A Rádio Folha 96,7 FM é um dos 25 vencedores do programa Acelerando a Transformação Digital, iniciativa do International Center for Journalists (ICFJ) em parceria com o Meta Journalism Project, da empresa à frente do Facebook, que oferece treinamento e mentoria para profissionais e empresas com a finalidade de desenvolver um produto jornalístico on-line. O projeto da Folha será o lançamento de um podcast.
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Concorrência nacional
Dividido em duas etapas, o programa, que tem como foco a Educação Midiática e o Combate à Desinformação, promoveu, inicialmente, workshops de treinamento. Durante os encontros on-line, os participantes foram desafiados a pôr em prática estratégias de transformação digital e desenvolver um produto ou projeto para concorrer à fase de mentoria, que também disponibilizou um aporte de US$ 15 mil (aproximadamente R$ 81 mil).
Cerca de 800 projetos de todo o País foram inscritos e 25, selecionados. Entre eles, o novo podcast da Rádio Folha 96,7 FM, fruto de um trabalho de integração com o portal e o jornal Folha de Pernambuco.
“Um ponto que chama muita atenção é a mobilização da equipe. Não é sempre que a gente consegue reunir nas sessões um grande número de redatores e repórteres para participar. E a Rádio está conseguindo fazer isso”, diz o jornalista e idealizador da Escola Digitalista (SP), Almir Rizzatto, que conduz a mentoria para a Rádio Folha 96,7 FM.
“Acho que isso é um aspecto essencial porque, acima de qualquer coisa, essa transformação digital, tão necessária em qualquer veículo de comunicação, não é um bem só para a rádio, mas sim algo que vai se refletir na própria carreira do jornalista”.
A gerente de programas do ICFJ, Thayane Guimarães, ressalta que a parceria com a Meta visa fortalecer a presença dos serviços jornalísticos nas mídias digitais. "A gente tem feito o mesmo tipo de trabalho de transformação digital das redações no Líbano, por exemplo, em outros países da América Latina, no Leste Europeu, no continente africano. É muito incrível que a gente possa fazer esse trabalho ao redor do globo e contar um programa tão importante aqui no Brasil", afirma.
Reformulação física
As mudanças vão além do tipo de conteúdo apresentado ao público. “O investimento proporciona um aprimoramento técnico, tecnológico e de pessoal. É um podcast que tem o objetivo de ser essencial à audiência. O que desenvolvemos tem também a perspectiva da permanência porque gerou uma transformação efetiva e inovadora do ponto de vista de produção. O engajamento da equipe foi essencial. O êxito deve-se também ao comprometimento e o profissionalismo de todos os envolvidos”, detalha a editora-chefe da Folha, Leusa Santos.
Rádio na web
A ideia de ingressar no programa do ICFJ surgiu a partir de uma mobilização feita pelas associações Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e de Pernambuco (Asserpe).
“Eu equiparo este momento que estamos vivendo com outras transformações históricas. Essas novas linguagens continuam se comunicando com a rádio. Acho que nenhum outro veículo conseguiu se integrar tão bem a essas mudanças. O rádio tradicional vai continuar muito forte e ganhou uma nova vida com o advento das redes sociais e o fortalecimento dessas tecnologias. Por exemplo, agora temos discutido o que vai acontecer com o rádio na era do 5G”, recorda o presidente da Asserpe, Nill Júnior. “O grande desafio é saber qual linguagem adotar nas novas ferramentas sem perder a identidade”.
Redação integrada
Diante dessa panorama, é sempre importante preparar o posicionamento da marca nas diferentes mídias. “Nós já nos reconhecemos enquanto marca nas redes sociais. Temos um formato nosso. E isso é o começo de um processo que vamos seguir e aperfeiçoar”, sublinha a gerente de jornalismo da rádio, Marise Rodrigues.
Como todo trabalho integrado, a iniciativa envolve ainda o engajamento das outras plataformas, tendo um efeito multiplicador.
“Foi um projeto que mobilizou muito toda a redação. E precisava ser feito assim, porque, embora fosse um podcast, é um videocast também, sendo um material que vai para o Instagram, Facebook, Twitter. Então, precisamos do suporte de todas as áreas. Neste período de mentoria, recebemos essas aulas que estão sendo engrandecedoras, com ideias que ajudam ainda mais nesse projeto de redação integrada que temos hoje”, conta a editora do Portal Folha de Pernambuco, Gabriella Autran.