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Fontes palestinas confirmam diálogo entre Hamas e mediadores no Catar

Uma delegação egípcia chegou à cidade para o diálogo focado em buscar uma retomada da trégua

Fumaça sai de um ataque israelense no campo de Bureij, no centro da Faixa de GazaFumaça sai de um ataque israelense no campo de Bureij, no centro da Faixa de Gaza - Foto: Eyad Baba/AFP

Fontes palestinas próximas ao Hamas informaram que, nesta quinta-feira (27), está sendo realizada em Doha uma nova rodada de negociações entre o movimento islamista palestino e mediadores egípcios e catarianos, a fim de retomar o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Uma delegação egípcia chegou à cidade para o diálogo focado em buscar uma retomada da trégua, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, assim como a volta da entrada de ajuda humanitária a Gaza, informou anteriormente um meio de comunicação egípcio.

"Esta tarde começou uma reunião entre a delegação egípcia encarregada das negociações em Doha e uma delegação do Hamas com o objetivo de materializar um cessar-fogo", declarou uma fonte que pediu anonimato, por não estar autorizada a falar publicamente sobre o tema. Mediadores catarianos também participaram, acrescentou.

Considera-se estabelecer uma trégua durante o Aid al Fitr, a festividade muçulmana que marca o final do Ramadã, que provavelmente começará no domingo, e a Páscoa judaica (de 12 a 19 de abril), disse a fonte.

"Os mediadores mantêm conversas intensas com todas as partes para selar um cessar-fogo e avançar para a segunda fase do acordo", apontou a fonte, enfatizando que o Hamas expressou sua disposição de responder "positivamente" a qualquer proposta que ponha fim aos combates.

Sem avanços por enquanto 
Outra fonte palestina próxima ao Hamas também confirmou essas negociações e afirmou que, apesar das conversas, até o momento não se havia conseguido "nenhum avanço".

As negociações indiretas entre Hamas e Israel, lideradas por Egito, Catar e Estados Unidos, estão estagnadas desde que a primeira fase da trégua, que entrou em vigor em 19 de janeiro e expirou em 1º de março.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou tomar novos setores de Gaza se o Hamas não libertasse os últimos reféns que mantinha em seu poder.

O movimento advertiu que os reféns retornariam "em caixões" se Israel não deixasse de bombardear Gaza.

Desde a retomada dos ataques israelenses em 18 de março, pelo menos 855 palestinos morreram no território sitiado, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

O retorno das operações aéreas e terrestres israelenses acabou com dois meses de calma precária, e o Hamas retomou seus ataques com foguetes contra Israel poucos dias depois.

As Nações Unidas declararam na quarta-feira que as recentes operações israelenses deslocaram 142 mil pessoas em sete dias e alertaram que só restavam duas semanas de ajuda alimentar em Gaza, depois de Israel fechar as passagens para a ajuda humanitária em 2 de março.

Dos 251 reféns sequestrados durante o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, 58 continuam retidos em Gaza, 34 dos quais morreram, segundo o exército israelense.

A ofensiva de represália de Israel deixou pelo menos 50.183 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

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