Força Aérea dos EUA conclui investigação sobre morte de funcionária atingida por drone ''Ceifador''
Treinamento incorreto foi um dos fatores que contribuiu para acidente, ocorrido no final do ano passado
A Força Aérea americana anunciou, nesta sexta-feira (5), ter concluído a investigação sobre a morte de uma funcionária civil, atingida pela hélice de um drone ano passado. Stephanie Cosme, de 32 anos, participava de um teste de um drone modelo MQ-9A Reaper quando sofreu o acidente.
O episódio aconteceu no dia 7 de setembro de 2023, na base área de Gray Butte, na Califórnia. Cosme trabalhava como engenheira de testes. O MQ-9A Reaper, um dos principais drones usados pelos militares americanos, tem esse nome em alusão a figura do Ceifador, que representa a morte.
Segundo a Força Aérea americana, Cosme "perdeu a consciência situacional", enquanto caminhava ao lado da aeronave. Um fator que contribuiu para o acidente foi um treinamento incorreto quanto ao uso de aparelhos de telemetria. A funcionária usava um aparelho portátil para fazer leituras desse tipo quando foi de encontro à hélice do drone.
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De acordo com o relatório da investigação, Cosme andava pelo lado direito da fuselagem do drone, enquanto mantinha os olhos no dispositivo de telemetria. Colegas chegaram a gritar e acenar para ela, em uma tentativa de alertá-la sobre a hélice do MQ-9A. A mulher acabou atingida na cabeça e no braço esquerdo. Apesar de ter recebido atendimento médico, não sobreviveu aos ferimentos.
A Força Aérea tentou recriar o acidente, no mesmo local e com condições de luminosidade semelhantes. Segundo o relatório, Stephanie Cosme não teria como ver a hélice em movimento da posição em que estava.
Fabricado pela empresa americana General Atomics, o drone Reaper tem 11 metros de comprimento e envergadura de 20 metros, com uma autonomia de mais de 24 horas de voo. Foi projetado pela General Atomics Aeronautical Systems e entrou em operação em 2007, com um custo de US$ 64,2 milhões por unidade (R$ 313 milhões na cotação atual).
A aeronave pode ser pilotada de forma remota, por meio de um sistema operacional. O drone é equipado com armas e estação de controle terrestre. O aparelho também possuí sensores ultramodernos para poder realizar operações de vigilância a uma velocidade de cruzeiro de 335 km por hora.
A tripulação básica consiste em um piloto para comandar a missão e um tripulante para operar sensores e guiar armas, todos em solo. O MQ-9 Reaper é altamente modular e oferece recursos personalizados para batalhas, por meio kits com diferentes combinações de armas e sensores de carga útil.