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guerra no oriente médio

Forças Armadas de Israel divulgam novas imagens de bebê sequestrado em Gaza com nove meses

Bibas são um dos rostos mais emblemáticos entre os reféns, devido a Kfir, sequestrado quando tinha nove meses de idade

Shiri Bibas, no centro, cercada por homens armados, em nova imagem divulgada pelas Forças Armadas de IsraelShiri Bibas, no centro, cercada por homens armados, em nova imagem divulgada pelas Forças Armadas de Israel - Foto: Reprodução

As Forças Armadas de Israel divulgaram, na segunda-feira (19), vídeos e imagens de câmeras de segurança que mostram membros da família Bibas alguns dias após terem sido sequestrados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro.

Segundo o porta-voz das forças israelenses, Daniel Hagari, eles teriam sido transferidos para um ponto na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, dominado por outro grupo palestino, não o Hamas. A região tem sido o foco da operação terrestre israelense, que invadiu o mais hospital da cidade, o Complexo Médico Nasser, e prendeu cerca de 100 pessoas.

Os Bibas tornaram-se um dos rostos mais conhecidos entre os cerca de 250 reféns: Kfir teria sido sequestrado quando tinha ainda 9 meses de idade, segundo as autoridades. Em novembro, o Hamas chegou a anunciar que o bebê, seu irmão, Ariel, e sua mãe, Shiri, teriam sido mortos em um bombardeio israelense em Gaza, o que estaria sendo averiguado pelo Exército de Israel.

O conteúdo foi revelado em entrevista coletiva pelo porta-voz das forças israelenses. Em um dos vídeos, Shiri Bibas aparece cercada por cinco homens armados. Ela é envolta em uma espécie de manto por eles para "escondê-los", segundo Hagari. Em outras imagens, é possível ver a mulher sendo conduzida até um veículo, onde foi obrigada a entrar. Não é possível ver Kfir e Ariel nas gravações, e o porta-voz sugere que eles estejam sendo segurados junto ao corpo da mãe.

O porta-voz explica que, segundo as imagens e a inteligência israelense, a família Bibas foi sequestrada por volta de 10h da manhã durante o ataque em outubro e colocada em um carro com os terroristas. Ainda segundo Hagari, eles teriam sido transferidos para outro veículo e levados para um local que pertence a outro grupo, o Kataeb Mujahideen, no leste de Khan Younis. Ele pontua ainda que Shiri e as crianças chegaram com alguns terroristas e se juntaram a mais oito nesse local. Yarden, pai dos meninos, ainda estaria em poder do Hamas.

"Estamos preocupados com o bem-estar de Shiri, Ariel e Kfir. Ver essa jovem mãe, segundo seus bebês, cercada por um grupo de terroristas armados, é horrível e de partir o coração." disse o porta-voz, em um vídeo divulgado no X (antigo Twitter).

Na época do ataque terrorista contra o Estado judeu, vídeos e imagens de Shiri segurando as duas crianças circularam na internet. Eles estavam envoltos em um cobertor branco, enquanto homens armados o cercavam. Em novembro, Hagari já havia afirmado que a família não havia sido sequestrada diretamente pelo Hamas, mas por outro grupo palestino em Gaza, embora destacasse que "a responsabilidade pelo seu destino [da família Bibas] recaia igualmente” sobre o grupo.

Após a divulgação do material, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, citado pelo jornal israelense Haaretz, disse que o vídeo é "de cortar o coração" e o lembra que estão lidando "com cruéis sequestrados de bebês". Em inglês, ele acrescentou: "Levaremos esses sequestrados de bebês e mães à Justiça. Eles não vão se salvar dessa."

Os irmãos Kfir e Ariel Bibas foram sequestrados junto dos pais, Yarden e Shiri, no kibutz Nir Oz durante o ataque sem precedentes de 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos e fez cerca de 240 reféns, segundo as autoridades israelenses. Kfir é o refém mais novo de quase 30 crianças sequestradas e passou mais de um quinto da vida em cativeiro.

Uma declaração em nome da família Bibas, que segundo Hagari teria sido consultada e autorizou a divulgação do material, diz que "é insuportável e desumano" ver seus parentes nessas condições. "Estamos fazendo um apelo desesperado a todos os tomadores de decisão em Israel e no mundo que estão envolvidos com as negociações: Tragam-nos para casa agora. Deixem claro para o Hamas que o sequestro de crianças é inaceitável. Façam com que essas crianças sejam a primeira condição em qualquer acordo."

No dia 29 de novembro, o braço armados do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, anunciou que Kfir, Ariel e Shiri foram mortos em bombardeios israelenses em Gaza, após mostrar Yarden em cativeiro, em um vídeo, segundo o Haaretz. O Exército de Israel disse, na época, que estava checando a confiabilidade da informação. Não foram divulgadas mais informações sobre Yarden.

O Hamas e outros grupos terroristas aliados, como a Jihad Islâmica, sequestraram cerca de 250 pessoas durante o ataque de 7 de outubro do ano passado, segundo o balanço de autoridades de Israel. Desse total, Hagari afirmou que ainda há 134 pessoas em cativeiros do movimento palestino que governa a Faixa de Gaza e de outros extremistas. Em novembro, no último acordo entre as partes, mediado pelos EUA, Egito e Catar, 110 cativos — mulheres e menores de idade — foram libertados em troca de 240 palestinos detidos em prisões israelenses. Os Bibas não foram incluídos na lista.

Na quinta-feira passada, Israel invadiu o maior hospital de Khan Younis, o Complexo Médico Nasser, sob a alegação de que o Hamas já havia mantido sequestrados no hospital, e que os corpos poderiam estar no local. Uma pessoa morreu na operação. Os militares, no entanto, não divulgaram as evidências. A ação continuou nos dias seguintes, e cerca de 100 pessoas foram presas no sábado por suspeita de ‘atividade terrorista’, segundo as forças israelenses. No dia seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o complexo “não é mais funcional”.

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