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Conflito

Forças israelenses matam dois palestinos na Cisjordânia

Segundo o Exército, os suspeitos abriram fogo contra um grupo de soldados

 Movimento palestino Fatah afirmou em nota que os dois pertenciam a seu braço armado, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa Movimento palestino Fatah afirmou em nota que os dois pertenciam a seu braço armado, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa - Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP

As forças israelenses mataram dois palestinos no norte da Cisjordânia ocupada nesta terça-feira (11), que, segundo o Exército, abriram fogo contra um grupo de soldados, no mais recente episódio de violência no Oriente Médio.

O Exército israelense afirmou ter "neutralizado dois agressores armados" que atiraram de seu veículo contra uma posição militar de Elon Moreh, uma colônia situada perto da cidade palestina de Nablus.

Os soldados encontraram várias armas na área, incluindo dois fuzis M-16, de acordo com um comunicado militar, que especificou que não havia feridos entre as fileiras do Exército.

"Parabenizo os soldados que eliminaram dois terroristas que abriram fogo contra eles perto de Elon Moreh", escreveu no Twitter o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.

"Os soldados impediram que fosse cometido um ataque contra civis israelenses", afirmou.

O Ministério palestino da Saúde informou que os dois homens mortos eram Saud Abdullah Saud Titi e Mohamad Abu Dhiraa.

O movimento palestino Fatah afirmou em nota que ambos pertenciam a seu braço armado, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, e que eram originários do campo de refugiados de Balata em Nablus.

Um fotógrafo da AFP viu soldados israelenses colocando um corpo em uma ambulância perto de Elon Moreh e outros inspecionando um veículo branco com as janelas com marcas de tiros.

Cerca de três milhões de palestinos e 490.000 colonos judeus vivem na Cisjordânia, um território palestino ocupado desde 1967 por Israel.

"Segurança"

O tiroteio desta terça-feira ocorreu em um momento de escalada das tensões desde o início do ano.

A violência disparou ainda mais na região depois que, na quarta-feira, as forças israelenses fizeram uma incursão bruta na mesquita Al-Aqsa de Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado do islã, para desalojar fiéis palestinos.

A intervenção provocou uma onda de condenações internacionais, além de ataques mortais e disparos de foguetes provenientes de Gaza, Líbano e Síria.

Israel respondeu com bombardeios e a mobilização de unidades policiais de reserva após a morte, na sexta-feira, de três pessoas, entre elas um italiano, em dois atentados, respectivamente na Cisjordânia e Tel Aviv. O corpo de Alessandro Parini chegou nesta terça em Roma, a capital italiana.

Um dos dois atentados feriu uma israelense-britânica e matou suas duas filhas. A mulher de 48 anos, conhecida por seu nome hebreu, Leah, morreu na segunda-feira devido aos ferimentos. Nesta terça, milhares de pessoas participaram de seu funeral na colônia de Kfar Etzion, no sul da Cisjordânia.

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino já tirou a vida de ao menos 96 palestinos, 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano, segundo uma contagem da AFP com base em fonte oficiais.

Estes números incluem combatentes e civis, incluindo menores, no lado palestino, e civis, incluindo menores, e três membros da minoria árabe no lado israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta segunda "restaurar a segurança" em seu país após a nova espiral de violência na região.

Netanyahu informou também que mantém no cargo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que teve sua demissão anunciada em março por diferenças políticas sobre a reforma judicial que o governo tenta aprovar.

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