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França apresenta seu plano de 'luta implacável' contra o assédio escolar

De acordo com a primeira-ministra do país, cerca de um milhão de crianças sofreram assédio nos últimos três anos

A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, ao lado do ministro francês da Educação, Gabriel AttalA primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, ao lado do ministro francês da Educação, Gabriel Attal - Foto: Julien de Rosa / AFP

O governo francês anunciou, nesta quarta-feira (27), um plano de "luta implacável" contra o assédio escolar, desde o envolvimento sistemático da promotoria até a exclusão dos assediadores das redes sociais, semanas depois do último suicídio adolescente no país.

"A mobilização deve ser geral: todos temos um papel a desempenhar (...) Realizaremos uma luta implacável contra o assédio escolar", declarou a primeira-ministra Elisabeth Borne no começo de sua apresentação.

Em maio, o suicídio de Lindsay, de 13 anos, motivou a criação desse plano governamental, "100% prevenção, 100% detecção e 100% soluções", segundo Borne.

"No total, cerca de um milhão de crianças sofreram assédio durante os últimos três anos", afirmou a primeira-ministra.

Várias medidas já foram implementadas durante o verão (inverno no Brasil), como a possibilidade de mudar o aluno assediador de escola, ou de punir os autores de assédio virtual contra alunos de outros centros educacionais.

Para reforçar o arsenal, o plano anunciado nesta quarta-feira prevê reforçar a formação "de todos os atores da comunidade educacional", mas também "das forças de segurança" e funcionários da Justiça.

O governo também quer "desenvolver o confisco de telefones, assim como permitir a exclusão dos alunos assediadores das redes sociais".

A primeira-ministra anunciou também que o promotor seria notificado "sistematicamente" em caso de denúncia por assédio.

Por sua vez, o ministro da Educação, Gabriel Attal, nomeado em julho e um dos pesos pesados da base do governo, anunciou que quer implementar "aulas de empatia" durante o horário escolar a partir de 2024, uma medida aplicada, por exemplo, na Dinamarca.

O suicídio de Nicolas, de 15 anos, na cidade de Poissy (ao oeste de Paris) em 5 de setembro, meses depois de reclamar de que sofria assédio, reacendeu o debate sobre este problema.

Ante as queixas de seus pais, as autoridades educacionais responderam com uma carta que afirmava que suas declarações haviam sido "inaceitáveis" e que recordava que a calúnia é crime na França.

A missiva causou indignação do governo, e Attal voltou a insistir nesta quarta-feira em "acrescentar trato humano no terreno" para evitar essas situações, ainda que sem abandonar a contundência de sua política.

Na semana passada, um adolescente suspeito de assediar outros estudantes foi preso em frente aos seus colegas durante a aula, uma atuação considerada exagerada mas defendida pelo governo.

"Temos que conseguir que os assediadores tomem consciência da gravidade de seus atos", defendeu Elisabeth Borne nesta quarta.

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