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França buscará minas de lítio em seu território para "repatriar" produção

Presidente Emmanuel Macron anunciou a criação de "um grande inventário de recursos mineiros que são necessários para a transição ecológica"

Presidente francês Emmanuel MacronPresidente francês Emmanuel Macron - Foto: Teresa Suarez / POOL / AFP

A França anunciou sua intenção de procurar minas de lítio no seu território para "repatriar parte" de sua produção, no âmbito de seu plano para uma transição ecológica "soberana" e competitiva, disse o governo nesta terça-feira (26).

Este metal crítico é fundamental no plano de vários países de abandonar os combustíveis fósseis ante a crise climática, por seu papel essencial na fabricação de baterias para carros elétricos. O Chile abriga as maiores reservas do planeta.

O presidente Emmanuel Macron anunciou a criação de "um grande inventário de recursos mineiros [na França] que são necessários para a transição ecológica", como lítio e cobalto, para garantir uma "soberania" das matérias-primas.

"Temos que repatriar uma parte da nossa produção", disse seu ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu, nesta terça-feira, em entrevista à Franceinfo,acrescentando que a importação maciça destes metais é incompatível com a luta climática.

"Não podemos explicar que precisamos de lítio para baterias elétricas e, por outro lado, dizer: 'Quero lítio, mas vem da China, da África, e não está perto de nós'", respondeu, ao ser questionado sobre uma possível rejeição das populações onde as minas são abertas.

Em um contexto mundial de aposta na eletrificação, a demanda por lítio poderá se multiplicar por nove entre 2022 e 2050, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), depois de já ter-se triplicado nos cinco anos anteriores.

A França impulsionou quatro projetos de fábricas de baterias no chamado "Vale da Bateria" (norte), que lhes permitirão começar a exportá-las a partir de 2027 e contribuirão para a meta de fabricar pelo menos um milhão de carros elétricos até esse ano, segundo Macron.

A Europa procura competir com a China, que domina o setor das baterias, razão pela qual foram anunciados cerca de 50 projetos parecidos nos últimos anos, com a Alemanha à frente, com 15 deles, relatou a ONG Transport & Environment em maio.

Em outubro passado, o grupo francês de minerais Imerys anunciou o projeto Emili, uma das maiores minas de lítio europeias, por meio da qual deverão ser produzidas "34 mil toneladas de hidróxido de lítio por ano a partir de 2028" no centro da França para equipar cerca de "700 mil carros elétricos com baterias de íons de lítio".

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