França e Reino Unido adiam visita de Charles III devido a protestos
Macron enfrenta forte oposição desde janeiro ao seu plano de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos
A França e o Reino Unido decidiram nesta sexta-feira (24) adiar a visita do rei Charles III inicialmente prevista para domingo (26), devido aos atuais protestos contra a reforma da Previdência do presidente liberal Emmanuel Macron, anunciou a Presidência francesa.
"Os governos francês e britânico (...) tomaram esta decisão de acolher Sua Majestade o Rei Charles III nas condições que correspondem à nossa relação amigável", diz um comunicado do Eliseu, sem especificar qualquer nova data para a visita.
O soberano britânico planejava iniciar, na França, sua primeira viagem ao exterior desde sua ascensão ao trono. Na segunda-feira (20) ele estava programado para participar de uma homenagem no Arco do Triunfo e de um jantar no Palácio de Versalhes, antes de viajar para Bordeaux (sudoeste) na terça-feira (21).
No entanto, a convocação de uma nova manifestação na terça-feira contra a reforma da Previdência a pedido dos sindicatos obrigou Londres e Paris a adiar a visita para uma data ainda a ser confirmada, principalmente quando os últimos protestos degeneraram em distúrbios.
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O governo britânico afirmou na quinta-feira (23) "não ter conhecimento de qualquer mudança de planos" na visita, apesar de considerar a ameaça de distúrbios e ações de protestos sindicais, especialmente durante a etapa em Bordeaux.
Macron enfrenta forte oposição desde janeiro ao seu plano de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e antecipar para 2027 a exigência de contribuir com 43 anos, em vez de 42 como agora, para receber uma pensão completa.
A adoção dessa lei por decreto e a inflexibilidade de Macron radicalizaram os protestos. O líder do sindicato CFDT, Laurent Berger, propôs nesta sexta-feira "colocar em pausa" o seu plano para iniciar uma negociação que lhe permita sair da crise.