Internacional

França e Reino Unido reforçam luta contra migração irregular em 'novo começo'

Governo britânico anunciou que aumentará seu financiamento para a França nos próximos três anos para combater a migração ilegal

Primeiro-ministro britânico Rishi Sunak e o presidente francês Emmanuel Macron em cúpula sobre migração e UcrâniaPrimeiro-ministro britânico Rishi Sunak e o presidente francês Emmanuel Macron em cúpula sobre migração e Ucrânia - Foto: Kin Cheung/Pool/AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, celebrou nesta sexta-feira (10) o "novo começo" nas relações entre a França e o Reino Unido, no final de uma cúpula com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, com a migração e a Ucrânia na agenda.

"É um momento de reencontros, de reconexão e de um novo começo", disse Macron em entrevista coletiva conjunta com Sunak no Palácio do Eliseu, em Paris, depois de destacar que, apesar do Brexit, a geografia e a história dos dois países não mudam.

Da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) à pandemia, passando por um duro embate sobre alianças na região da Ásia-Pacífico, múltiplas crises interromperam as cúpulas anuais entre os dois aliados históricos.

A chegada de milhares de migrantes irregulares do norte da França às costas inglesas (45 mil em 2022) também foi fonte de tensão em ambos os lados do Canal da Mancha, especialmente durante o mandato de Boris Johnson em Londres.

Após a cúpula, o governo britânico anunciou que aumentará seu financiamento para a França nos próximos três anos para combater a migração ilegal para um total de 541 milhões de euros (US$ 575 milhões, cerca de R$ 2,9 bilhões). Em 2022, foram 70 milhões de euros.

O 'premier' britânico detalhou o acordo à imprensa: o Reino Unido financiará pela primeira vez um centro de retenção de migrantes, será criado um novo centro de comando conjunto e 500 novos agentes patrulharão as praias do norte da França.

"Emmanuel e eu compartilhamos a mesma crença: gangues criminosas não devem decidir quem vem para nossos países", disse Sunak, que foi alvo de grupos de direitos humanos por seu plano de endurecer o direito ao asilo.

Apoio à Ucrânia

A primeira cúpula franco-britânica desde 2018 aconteceu semanas antes da visita de Estado do rei Charles III à França, naquela que será a sua primeira viagem ao exterior, no final do mês, mais um sinal da aproximação britânica com seu aliado.

As relações de Macron com os antecessores de Sunak não foram boas. A ex-primeira-ministra britânica Liz Truss, que ficou no cargo apenas um mês e meio, questionou se o presidente francês era "amigo ou inimigo".

"Obrigado, meu amigo", disse o chefe do governo britânico ao presidente francês no final do discurso à imprensa. Os dois ex-banqueiros de negócios também têm idades semelhantes - 42 e 45, respectivamente.

A invasão da Ucrânia pela Rússia representa um desafio comum para as duas maiores potências militares e diplomáticas da Europa, e levou à reaproximação de antigos aliados durante as guerras mundiais que devastaram a Europa no século XX.

Ambos os lados disseram que vão treinar fuzileiros navais ucranianos em conjunto e concordam plenamente em ajudar a Ucrânia a repelir a invasão russa e deixar Kiev escolher quando as negociações de paz começarão.

"Queremos que a Ucrânia vença esta guerra. Estamos absolutamente unidos nisso", disse o primeiro-ministro britânico.

Veja também

BNDES deve liberar R$ 400 mi para apoio aos corpos de bombeiros da Amazônia Legal
Amazônia Legal

BNDES deve liberar R$ 400 mi para apoio aos corpos de bombeiros da Amazônia Legal

Dez cidades do Norte e Centro-Oeste respondem por 20% das queimadas
Queimadas

Dez cidades do Norte e Centro-Oeste respondem por 20% das queimadas

Newsletter