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França pede a UE que suspenda normas ambientais e sobre direitos humanos

A UE não está conseguindo acompanhar o ritmo dos EUA e enfrenta a crescente concorrência da China

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der LeyenPresidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen - Foto: Frederick Florin/AFP

A França pediu nesta sexta-feira (24) que a União Europeia suspenda indefinidamente a implementação de regras sobre padrões ambientais e de direitos humanos na cadeia de suprimentos, dizendo que elas são muito caras para as empresas.

“Nossas empresas precisam de simplificação, não de encargos administrativos adicionais”, disse o ministro francês de Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, no X, anunciando o pedido de seu governo.

Ele também solicitou a revisão de um segundo pacote, muito criticado pelas empresas, de regras de relatórios de sustentabilidade corporativa.

A UE não está conseguindo acompanhar o ritmo dos EUA e enfrenta a crescente concorrência da China, em um cenário de baixa produtividade, crescimento lento, altos custos de energia e investimentos fracos.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, que a UE “deve tornar muito mais fácil fazer negócios”.

“Muitas empresas estão retendo os investimentos na Europa por causa da burocracia desnecessária”, disse ela.

Von der Leyen acrescentou que a Comissão lançaria um processo de simplificação e mencionou as regras que a França está agora solicitando que sejam suspensas.

De acordo com a Corporate Sustainability Due Diligence Directive (CSDDD), as grandes empresas devem identificar e tratar dos “direitos humanos adversos e dos impactos ambientais” de suas cadeias de suprimentos em todo o mundo.

Aprovada em março do ano passado, a CSDDD é uma das leis mais ambiciosas que a UE aprovou nos últimos anos para melhorar as práticas comerciais.

Haddad também pediu uma revisão da Diretriz de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), que exige que as grandes empresas forneçam aos investidores e a outras partes interessadas informações sobre seu impacto climático e suas emissões.

O governo francês descreveu nesta semana as regras da CSRD como “um inferno para os negócios”.

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