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Coronavírus

França suspende obrigatoriedade de máscara em lugar que exige passe sanitário

Coronavírus na FrançaCoronavírus na França - Foto: John MacDougall/AFP

O governo da França suspendeu a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais em cinemas, museus, ou instalações esportivas que exigirem a apresentação do passe sanitário para ingresso - uma medida criticada por vários cientistas. 

"Onde quer que o passe sanitário" anticovid-19 seja necessário, as pessoas "poderão tirar suas máscaras", "salvo ordem expressa pelos prefeitos dos departamentos, em função da situação epidemiológica", declarou o ministro da Saúde, Olivier Veran, na rádio RTL, nesta terça-feira (20).

O passe sanitário contra covid-19 informa se seu titular completou o esquema de vacinação, se está imunizado, ou se testou negativo em teste recente de PCR.

Aprovada por decreto, a medida foi publicada hoje no Diário Oficial francês entra em vigor na quarta-feira (21).

A decisão se dá no mesmo dia em que o Parlamento começa o estudo de um projeto de lei que determina vacinação obrigatória para os profissionais de saúde e que estende o uso do passe sanitário a mais estabelecimentos, como bares e restaurantes. No sábado, manifestantes foram às ruas em protesto.

Para Veran, a máscara não é mais necessária, porque, com o passe, "estamos seguros de que todas as pessoas que entram estão totalmente vacinadas, ou têm um teste negativo recente". 

Ao contrário do público, os funcionários destes estabelecimentos terão de continuar usando a máscara, disse o ministro do Trabalho. 

O epidemiologista Dominique Costagliola recebeu o anúncio da medida "com estupor".

"É uma má ideia", disse ele à rádio France Inter. 

"Devemos caminhar com todo rigor para combater essa pandemia, e não retirar algumas medidas, quando novas chegar", completou. 

"Esta decisão impede o acesso a estes lugares de cerca de 250.000 pessoas imunodeprimidas graves, que têm passe sanitário, estão vacinadas, mas com um risco alto (...) e que só podem contar com que todos usem a máscara para se proteger", reagiu a associação de transplantes de fígado Renaloo. 

Sob o impacto da variante Delta, mais contagiosa, o governo francês já fala em uma "quarta onda", registrando uma média diária de 8.000 casos nos últimos sete dias, contra 1.850 em junho.

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