França tem protestos contra exigência de vacina ou teste de Covid em espaços de lazer
Sem passe sanitário, franceses podem ser barrados em bares e restaurantes; medida faz parte de novo conjunto de restrições
Em meio à alta de casos de Covid-19 na França, milhares de pessoas sem máscaras de proteção foram às ruas de Paris e das principais cidades francesas neste sábado (17) para protestar contra o endurecimento das regras determinado por Emmanuel Macron.
O presidente francês anunciou no início da semana que será necessário apresentar um comprovante de imunização ou um teste com resultado negativo para poder frequentar espaços de cultura e lazer, como shows, salas de concerto, parques de diversão, bares, cafés e restaurantes.
Protestos semelhantes também ocorreram nas cidades de Marselha, Lyon e Lille, bem como em outras localidades menores. Além de grupos antivacina, os atos também continham manifestantes usando coletes amarelos, símbolos do movimento contra o governo que ganhou destaque no país desde 2018.
Apesar das dimensões das manifestações, uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (16) indicou que mais de 60% dos franceses dizem concordar com a exigência de um "passe sanitário", bem como com a vacinação obrigatória para profissionais de saúde –outra medida que gerou críticas a Macron.
Durante uma visita a um centro de vacinação em Anglet, no sudoeste do país, o primeiro-ministro Jean Castex reforçou o pedido para que os franceses aceitem receber as doses. "Eu ouço a relutância que surge, mas acho que devemos, a todo custo, convencer nossos cidadãos a serem vacinados. É a melhor maneira de lidar com essa crise de saúde", disse o premiê.
Mais cedo neste sábado, o gabinete de Castex divulgou comunicado em que apresentou novas regras para a entrada de viajantes na França. A partir deste domingo (18), aqueles que ainda não foram vacinados e quiserem entrar no país deverão apresentar testes com resultados negativos feitos até 24 horas antes da viagem –antes, o prazo era de 48 horas para procedentes do Reino Unido e 72 horas para viajantes de outros países europeus.
Além dos britânicos, as novas regras se aplicam a viajantes da Espanha, Portugal, Chipre, Grécia e Holanda. Ainda segundo o comunicado, Cuba, Indonésia, Tunísia e Moçambique foram incluídos na "lista vermelha" de restrições, da qual o Brasil ainda faz parte.
Os procedentes desses países precisam provar às autoridades francesas que o motivo de sua viagem é válido. Se a entrada for aprovada, ainda que o viajante já esteja vacinado, deverá cumprir sete dias de quarentena na França.
O gabinete de Castex informou ainda a suspensão das restrições para viajantes que já estão completamente imunizados com um fármaco aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos –Pfizer, Moderna, AstraZeneca ou Janssen– a partir deste sábado.
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O Reino Unido, por sua vez, voltou a aplicar restrições de viagem que afetam quem esteve na França. O governo britânico divulgou uma diretriz nesta sexta que põe fim à exigência de quarentena para residentes britânicos que chegarem de viagem de países da chamada "lista laranja", que inclui tradicionais destinos turísticos europeus, como França, Itália e Espanha.
Pouco depois, no entanto, a França foi retirada da lista devido ao que as autoridades britânicas definiram como "presença persistente" de casos de infecção pela variante beta em território francês. Assim, qualquer pessoa que tenha estado na França em até dez dias antes de entrar no Reino Unido deverá ser posta em quarentena.
A França voltou a superar a marca de 10 mil novos casos por dia nesta semana, mas o número de pessoas hospitalizadas não cresceu na mesma proporção. Segundo dados do portal Our World in Data, 54,42% dos franceses receberam ao menos uma dose da vacina contra o coronavírus, e 40,07%, as duas. No total, o país de 67 milhões de habitantes registra, até este sábado, 5,9 milhões de casos e 111 mil mortes por coronavírus, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.