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França vive últimos protestos antes de decisão importante sobre reforma da Previdência

Os analistas consideram improvável a anulação total da reforma e acreditam em uma anulação de partes do projeto

França vive últimos protestos antes de decisão importante sobre reforma da PrevidênciaFrança vive últimos protestos antes de decisão importante sobre reforma da Previdência - Foto: Thibaud Moritz / AFP

Os franceses voltaram a protestar nesta quinta-feira (13) contra a impopular reforma da Previdência do presidente liberal Emmanuel Macron, em uma última tentativa de fazer pressão um dia antes da decisão crucial do Conselho Constitucional.

"Queremos pressioná-los, embora saibamos que o Conselho Constitucional não decidirá  a nosso favor", disse Hervé Bordereau, de 57 anos, durante o bloqueio de uma usina de incineração perto de Paris.

Após registrar protestos pela manhã, as autoridades proibiram qualquer manifestação em frente à sede da instituição próxima ao museu do Louvre a partir da noite desta quinta-feira.

Os sindicatos e a maioria dos franceses, de acordo com as pesquisas, querem que o governo volte atrás em sua reforma, que pretende aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e adiantar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos, e não 42 como atualmente, para o direito a uma aposentadoria completa.

Mas Macron se recusa. "O país deve continuar avançando", disse na quarta-feira em Amsterdã, onde anunciou que iria propor uma reunião com os atores sociais para ver como "avançar" independentemente da decisão do Conselho Constitucional.

No entanto, a tarefa não parece fácil. O conflito social está arraigado e a relação ficou tensa nas últimas semanas com os líderes sindicais, principalmente com o moderado Laurent Berger, da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).

Além da reforma que deve entrar em vigor nos próximos meses, o presidente de 45 anos deseja ter condições de aplicar seu programa durante seu segundo mandato até 2027.

Macron decidiu em 16 de março impor a sua reforma por decreto, temendo perder a votação no Parlamento onde não tem maioria absoluta, o que levou a uma radicalização dos protestos.

Embora a mobilização tenha chegado a registrar no dia 7 de março com entre 1,28 milhão de manifestantes, segundo a polícia, e 3,5 milhões, para o sindicato CGT, as autoridades esperam entre 400 mil e 600 mil nesta quinta-feira, no 12º dia de protestos.

A greve em setores-chave, como transporte e energia, também é mais restrita, embora os coletores de lixo de Paris estejam planejando retomar a paralisação, depois que uma greve anterior de três semanas deixou até 10 mil toneladas de lixo empilhadas nas ruas.

Escolas de ensino médio e universidades da França amanheceram nesta quinta-feira com bloqueios e os acessos rodoviários a várias cidades ocidentais como Caen, Brest e Rennes registram distúrbios por parte dos manifestantes.

Os sindicatos alertaram que o conflito social desencadeado pela reforma da Previdência provocou uma "crise democrática" e beneficiou a extrema direita de Marine Le Pen, que com sua oposição silenciosa está subindo nas pesquisas.

Neste contexto, os nove "sábios" do Tribunal Constitucional devem se pronunciar na sexta-feira sobre a validade da reforma e sobre um pedido de referendo sobre a idade da aposentadoria solicitado pela oposição de esquerda.

Os analistas consideram improvável a anulação total da reforma e acreditam em uma anulação de partes do projeto que, dependendo de quais e de seu alcance, poderiam reforçar a reivindicação dos sindicatos pela retirada da lei.

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