Logo Folha de Pernambuco

MUNDO

Freezer desligado por faxineiro, dando prejuízo de R$ 6 milhões, tinha defeito e aviso: "Não mexa"

Rensselaer Polytechnic Institute está pedindo 1 milhão de dólares em danos e honorários advocatícios

Instituto Politécnico de Rensselaer, em Nova York, teve prejuízo de R$ 6 milhões após amostras para estudos mantidas há 25 anos no local serem perdidas Instituto Politécnico de Rensselaer, em Nova York, teve prejuízo de R$ 6 milhões após amostras para estudos mantidas há 25 anos no local serem perdidas  - Foto: Reprodução / Rensselaer Polytechnic Institute

O faxineiro que desligou um freezer em uma universidade americana — inutilizando culturas de células e outras amostras para estudos, algumas com 25 anos — por conta do incômodo causado pelo seu barulho ignorou um aviso no local, escrito em letras maiúsculas. O recado alertava que o equipamento estava "em reparo" e que "nenhuma limpeza era necessária", não sendo permitido "mover nem desconectá-lo".

Local onde ocorreu o incidente, o Instituto Politécnico de Rensselaer, em Nova York (considerado a primeira universidade de pesquisa tecnológica dos Estados Unidos, fundada em 1824), está processando a empresa de limpeza Daigle Cleaning Systems, segundo a CNN.

A instituição pede 1 milhão de dólares por danos e honorários advocatícios. O funcionário responsável por desligar o aparelho, no entanto, não é alvo da ação.

De acordo com a CNN, o freezer do laboratório continha mais de 20 anos de pesquisa, incluindo culturas de células e amostras, nas quais uma “pequena flutuação de temperatura de três graus causaria danos catastróficos”. Segundo o processo, a culpa seria da Daigle Cleaning Systems por não treinar e supervisionar adequadamente o funcionário.

“O réu, por meio de sua supervisão e controle negligente, descuidado e/ou imprudente do [zelador], causou danos a certas culturas de células, amostras e/ou pesquisas no laboratório”, afirma a universidade.

Segundo a CNN, o processo aponta que as culturas de células no freezer precisavam ser mantidas a -80ºC, e uma pequena flutuação de 3 graus já causaria danos. Por isso, os alarmes soariam se a temperatura aumentasse para -78ºC ou diminuísse para -82ºC graus.
 

Professor e diretor do Baruch '60 Center for Biochemical Solar Energy Research, que supervisionou a pesquisa, K.V. Lakshmi notou que o alerta do freezer disparou pela primeira vez em 14 de setembro de 2020, após a temperatura subir para -78°C. Apesar do alarme, Lakshmi e sua equipe determinaram que as amostras de células estariam seguras até que reparos de emergência fossem feitos.

Enquanto o reparo não ocorriam, Lakshmi providenciou travas de segurança ao redor do aparelho e colocou avisos para que a tomada não fosse desligada.

“ESTE CONGELADOR ESTÁ APITANDO PORQUE ESTÁ EM REPARO. POR FAVOR, NÃO MOVER NEM DESCONECTÁ-LO. NENHUMA LIMPEZA NECESSÁRIA NESTA ÁREA. VOCÊ PODE PRESSIONAR O BOTÃO DE SILENCIOSO DE ALARME/TESTE POR 5-10 SEGUNDOS SE QUISER SILENCIAR O SOM”, dizia o aviso, de acordo com o processo.

No dia 17 de setembro, o faxineiro ouviu o que chamou de "alarmes irritantes", segundo o processo, e desligou os disjuntores que controlavam o fornecimento de eletricidade ao freezer. O funcionário disse que a temperatura do freezer subiu para -32°C.

Segundo a CNN, os estudantes de pesquisa encontraram o freezer desligado no dia seguinte, e, apesar das tentativas de preservar a pesquisa, a maioria das culturas foi “comprometida, destruída e tornada irrecuperável, demolindo mais de vinte anos de pesquisa”.

Veja também

Ao menos 92 mortos em bombardeios israelenses na cidade síria de Palmyra
Guerra no oriente médio

Ao menos 92 mortos em bombardeios israelenses na cidade síria de Palmyra

PM que atirou em aluno de Medicina é indiciado por homicídio doloso
São Paulo

PM que atirou em aluno de Medicina é indiciado por homicídio doloso

Newsletter