Funcionários relatam medo de trabalhar dentro da rodoviária 24 horas após sequestro de ônibus
De acordo com relatos, movimento no terminal nesta quarta-feira foi menor que nos dias anteriores. Policiais fizeram revista na bagagem de passageiros
Depois de 24 horas do episódio em que um homem baleou duas pessoas — uma delas com gravidade — e manteve outros 16 reféns à bordo de um ônibus na rodoviária Novo Rio, funcionários se queixam da falta de segurança no local. Eles também relataram uma queda no movimento.
— Estamos sempre correndo perigo. Não temos segurança nenhuma dentro da rodoviária — lamenta o funcionário de uma das viações que operam no terminal.
O jovem, que é atendente no guichê da empresa disse ainda que no momento do ataque precisou se proteger dos tiros atrás de uma mureta.
— Estava descendo para ir para casa, mas graças a Deus consegui me esconder com outras duas pessoas. Hoje venho trabalhar com a cabeça a milhão — acrescentou.
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Da bancada de uma das lanchonetes, na área de embarque, o gerente da loja presenciou o sequestro ao lado de seus funcionários. Para ele, o tempo entre os primeiros tiros do sequestrador e a chegada da polícia foi o que chamou mais atenção.
— A polícia chegou uns 15 minutos depois de escutarmos os primeiros tiros. Ficamos até nos perguntando onde eles estavam — afirmou Roberto Gama, de 47 anos.
Segundo policiais militares que atuam no terminal de embarque, a patrulha na área é composta por cinco agentes. Eles estavam realizando uma revista nos pertences de um passageiro que aguardava no local, e afirmam que esses procedimentos ficam mais difíceis em dias de maior movimento.
A empresa responsável por administrar a rodoviária informou que não é possível confirmar a queda de movimento no terminal, já que eles não realizam um levantamento diário. No entanto, afirmam que, em média, mais de 20 mil pessoas passam pela Novo Rio todos os dias.