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Nossa Senhora

Fundarpe inicia registro da Festa do Morro como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco

Começará uma produção com pesquisas sobre o universo cultural do evento

Festa no Morro, em celebração à Nossa Senhora da Conceição Festa no Morro, em celebração à Nossa Senhora da Conceição  - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) concluiu, neste mês de dezembro, a análise técnica preliminar que fundamentou a decisão da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) pelo deferimento e abertura do Processos de Registro da Festa do Morro da Conceição como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco. 

O pedido de registro foi apresentado em 2020, pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), por meio do requerimento do deputado Isaltino Nascimento (PSB).

Com a oficialização da abertura do Processo de Registro, a Fundarpe dará início à produção do Inventário com pesquisas sobre o universo cultural da Festa do Morro. 

Além disso, elaborará o dossiê a ser entregue ao Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC/PE) para a deliberação final sobre o Registro da Festa do Morro da Conceição nos respectivos Livros de Registro do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.


A iniciativa teve início ainda em 2018, com a proposição do reconhecimento da Festa do Morro como projeto de Lei, e que precisou ser adequada à nova tramitação em razão da publicação da Lei nº 16.426, de 27 de setembro de 2018 que instituiu o Sistema Estadual de Registro e Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial em Pernambuco.

“Para além de uma celebração católica, a Festa do Morro da Conceição mantém a tradição devocional, mas cumpre igualmente o papel de agregar a comunidade. Os encontros em torno dela servem para construir e preservar as relações entre os sujeitos envolvidos, incluindo aqui a transmissão dos saberes, valores e práticas. Afinal, a celebração não abarca apenas os rituais e cerimônias religiosas, mas envolve também outras dinâmicas culturais” afirma Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

“Dada a sua diversidade, o santuário da Imaculada Conceição e o próprio Morro da Conceição emergem no cenário cultural do Estado como um lugar de referência para as práticas e saberes tradicionais ligados à devoção popular e também a outras práticas quanto à comercialização de imagens sacras, de velas, doces populares e comidas de rua, entre outros. No território da festa é possível identificar as singularidades das tradições preservadas e das remodelações necessárias em razão da passagem do tempo”, destaca Gilberto Freyre Neto, secretário Estadual de Cultura de Pernambuco.

História
No Recife, as celebrações em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição, acontecem há 117 anos, e têm origem nas comemorações do cinquentenário do dogma da Imaculada Conceição no Brasil.

A ocasião também marcou a construção da capela em estilo gótico e a instalação de uma réplica, em ferro, da imagem da Virgem da Conceição, de 5,5 metros de altura com 1.806 kg, vinda de Portugal, inaugurada no dia 8 de dezembro de 1904 no antigo Outeiro da Bela Vista, situado na Zona Norte do Recife, atual bairro do Morro da Conceição.

A festa, que está na sua 117ª edição em 2021, apresenta características próprias da dinâmica das festas religiosas e também das festas populares em contextos urbanos atraindo pessoas de diferentes regiões do Estado, seja para as missas durante a pré-festa, tríduo pré-festa, hasteamento da bandeira, novenário, procissões, ou para os shows, parques de diversões, bares e festas de rua que acontecem no entorno do Morro da Conceição.

A celebração religiosa está intimamente ligada às festas populares no entorno do bairro e ainda às práticas religiosas afro-brasileiras, especialmente no culto à orixá Iemanjá, cujas celebrações, em Pernambuco, também costumam acontecer no mesmo mês.

As casas religiosas dos cultos afro-brasileiros, principalmente Candomblé, Umbanda e Jurema Sagrada, realizam rituais litúrgicos privados e públicos em celebração à divindade, preparando os tradicionais “presentes”, sendo alguns deles levados primeiro ao Morro da Conceição e depois aos locais de entrega, como as praias. 

Outros religiosos celebram de forma individual a fé em Maria e em Iemanjá, renovando os votos e consagrando seus próprios amuletos e elementos sagrados.

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