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Funeral de presidente do Irã morto após queda de helicóptero começa nesta terça (21) e terá 3 dias

Ritos fúnebres deverão ocorrer até quinta-feira, quando os restos mortais de Ebrahim Raisi chegarão ao Santuário de Imam Reza, a maior mesquita do mundo em área de superfície

Iraquianos colocam flores e acendem velas para o falecido presidente do Irã, Ebrahim Raisi (foto), do lado de fora da embaixada iraniana em Bagdá Iraquianos colocam flores e acendem velas para o falecido presidente do Irã, Ebrahim Raisi (foto), do lado de fora da embaixada iraniana em Bagdá  - Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP

Os ritos fúnebres para o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, o chanceler iraniano e outros líderes e passageiros mortos após a queda de um helicóptero neste domingo começam nesta terça-feira na cidade de Tabriz, noroeste do país. As cerimônias deverão ocorrer até quinta-feira, quando os restos mortais de Raisi chegarão ao Santuário de Imam Reza, a maior mesquita do mundo em área de superfície. Nesta segunda-feira, Teerã declarou cinco dias de luto pelas mortes.

Segundo a agência de notícias oficial do país, a IRNA, os ritos fúnebres para o presidente e seus acompanhantes terão início às 9h30 no horário local (3h00 em Brasília). À noite, haverá uma cerimônia funerária em Qom, o lugar onde Raisi estudou no seminário. Na sequência, de acordo com a mesma fonte, o corpo de Raisi será levado para a capital. Já na manhã de quinta-feira, dia 23, os ritos ocorrerão no sul de Khorasan, antes de chegar ao santuário de Imam Reza.

Desde esta segunda-feira, porém, milhares de iranianos se reuniram em sinal de luto na praça de Valiasr, em Teerã, e as bandeiras do país estão hasteadas a meio mastro. No poder havia três anos, Raisi, de 63, era um ultraconservador — e era considerado um dos favoritos para suceder ao aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do país. Sua morte abre um período de incerteza política no Irã, num momento tumultuado, com tensões internacionais e descontentamento doméstico.

— A nação iraniana perdeu um servidor sincero e valioso — declarou o aiatolá Khamenei, de 85 anos, que designou como presidente interino o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, enquanto guarda a realização de novas eleições, previstas para ocorrer em 28 de junho, segundo anunciado pela televisão estatal.

 

Além disso, após a morte do ministro Hossein Amir-Abdollahian, de 60 anos, que também estava no helicóptero, o negociador do programa nuclear iraniano, Ali Bagheri, foi nomeado chanceler interino, anunciou o porta-voz do governo nesta segunda-feira. Diplomata de carreira e linha-dura como o presidente, Amir-Abdollahian havia assumido ao cargo em 2021, após a vitória de Raisi nas eleições. Ele ficou conhecido por seu sentimento anti-Israel e seu ceticismo em relação ao Ocidente.

O helicóptero Bell 212 em que Raisi viajava perdeu contato no domingo à tarde quando sobrevoava uma região montanhosa do Irã com condições meteorológicas difíceis, com chuva e densa neblina. Na aeronave também viajavam o governador da província do Azerbaijão Oriental, o principal imã da região, o chefe de segurança do presidente e três tripulantes. Ninguém sobreviveu, e os corpos dos passageiros foram recuperados por equipes de resgate nesta segunda-feira.

O Estado-Maior das Forças Armadas iranianas ordenou a abertura de uma investigação sobre a causa do acidente, disse a agência de notícias Isna, embora a imprensa estatal do país tenha reportado que as mortes foram resultado de uma “falha técnica”. O grupo viajava na fronteira do Irã com o Azerbaijão após a inauguração de um projeto de barragem quando a aeronave caiu numa área montanhosa. A Turquia, que enviou um drone para a área do acidente no domingo, afirmou que o helicóptero não tinha “sistema de identificação” ou estava danificado.

Reação internacional
A situação está sendo observada de perto pela comunidade internacional, especialmente pelos EUA, Rússia, China e países vizinhos. Vários líderes enviaram mensagens de condolências, como o presidente russo, Vladimir Putin, que homenageou um “político notável” e “verdadeiro amigo da Rússia”, e o presidente sírio, Bashar al-Assad, que pontuou sua “solidariedade” com Teerã, que o apoia na guerra civil em seu país.

A Venezuela expressou sua “profunda consternação” pela morte de Raisi, um aliado chave do governo de Nicolás Maduro. Já o presidente chinês, Xi Jinping, classificou sua morte como uma “grande perda para o povo iraniano”. O Conselho de Segurança das Nações Unidas guardou um minuto de silêncio nesta segunda-feira, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou um dia de luto nacional em seu país.

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta segunda-feira a morte do presidente iraniano. Nas redes sociais, o petista disse que soube da notícia com “pesar” e desejou condolências aos familiares e ao povo iraniano. O Itamaraty também lamentou, em nota, o ocorrido, e estendeu “aos familiares do presidente, do chanceler e das demais vítimas (...) os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas”. 

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