América Central

Furacão Fiona impacta Porto Rico e deixa ilha às escuras e com alagamentos

O temporal provocou um apagão geral na ilha

Destruição causada pelo Fiona em Porto RicoDestruição causada pelo Fiona em Porto Rico - Foto: Fire Department Bureau of Puerto Rico / AFP

O furacão Fiona tocou o solo, neste domingo (18), no sul de Porto Rico, dois dias antes do quinto aniversário da passagem do furacão Maria, que devastou a ilha.

Fiona, que mergulhou todo o território americano na escuridão, tocou o solo às 15h20 locais (16h20 de Brasília), perto de Punta Tocón (sudoeste), informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos. 

O furacão, que está 15 km a oeste de Mayaguez, na costa oeste de Porto Rico, e avança com ventos de até 140 km/h rumo à República Dominicana, segundo o último boletim do NHC.

A República Dominicana, que espera ser impactada pelo fenômeno na madrugada de segunda-feira, suspendeu o dia de trabalho na segunda-feira e declarou alerta vermelho em 13 de suas 32 províncias, situadas ao norte e ao leste do país.

No momento, tem categoria 1, a menor na escala Saffir-Simpson (que vai até 5), mas espera-se que vá "ganhar mais força nas próximas 48 horas", acrescentou o NHC. 

O temporal provocou um apagão geral na ilha desde pouco após às 13h (14h de Brasília) , informou a Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico, a corporação pública encarregada da geração de eletricidade.

Esta entidade já conseguiu reiniciar vários geradores, um primeiro passo para o restabelecimento da rede elétrica, informou seu diretor, Josué Colón, em entrevista à TV.

Segundo os protocolos estabelecidos, assim que conseguir reativar a rede, a autoridade tentará restabelecer primeiro o serviço em hospitais e outros prédios governamentais que oferecem serviços essenciais.

Cheias e inundações
"Toda a ilha está experimentando um grande acúmulo de água", informou à tarde o governador do Porto Rico, Pedro Pierluisi, durante coletiva de imprensa.

As autoridades reportaram danos graves em muitos povoados de Porto Rico, como quedas de árvores e da rede elétrica, deslizamentos, desmoronamentos e obstruções viárias.

Em Utuado, localidade do centro da ilha, a cheia de um rio arrastou uma ponte, segundo Pierluisi.

"Os danos que estamos vendo são catastróficos em várias áreas", declarou o governador.

Os rios Grande de Loiza e Cagüitas, no norte e no centro da ilha, transbordaram em algumas áreas, informou pelo Twitter o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS).

Segundo a imprensa local, outros rios transbordaram no sudeste da ilha, inundando rodovias e áreas urbanas.

Na montanha e na região sudoeste, várias famílias perderam os tetos de suas casas pelas rajadas de ventos e tiveram que se abrigar em refúgios habilitados pelo governo.

O furacão deixou cerca de 196.000 pessoas sem água potável, devido aos apagões e às cheias dos rios, informaram as autoridades.

Pierluisi anunciou a suspensão das aulas nas escolas na segunda-feira, devido às previsões de continuidade das chuvas.

Também cancelou o trabalho dos funcionários públicos, exceto aqueles que ocupam cargos críticos ou que fornecem serviços essenciais durante a emergência.

O presidente americano, Joe Biden, aprovou neste domingo a declaração do estado de emergência em Porto Rico, uma medida que permite a liberação de fundos federais para os trabalhos de ajuda.

A ex-colônia espanhola se tornou território americano no fim do século XIX, antes de obter o status de estado livre associado em 1950.

"Níveis catastróficos"
"As condições estarão bem favoráveis para que estes temporais continuem subindo do mar do Caribe para níveis históricos, catastróficos", disse Ernesto Morales, do NWS, na mesma coletiva do governador.

As autoridades esperam 762 mm de chuvas em dois dias, já que para a segunda-feira também estão previstas fortes precipitações, disse Morales.

Durante a passagem do furacão Maria, que varreu o território caribenho há quase cinco anos, foram alcançadas 1.244 mm de chuvas.

Depois da passagem deste furacão, Porto Rico ficou incomunicável e grandes áreas permaneceram sem eletricidade por vários meses. Quase 3.000 pessoas morreram por causa do desastre, segundo o balanço oficial.

Fiona já causou graves danos em sua passagem por Guadalupe na noite de sexta-feira. Em alguns locais, a água subiu mais de 1,50 metro neste território francês. Um homem morreu no local, arrastado com sua casa pela cheia de um rio.

O aquecimento da superfície dos oceanos aumenta a frequência dos furacões mais violentos, com ventos mais fortes e chuvas mais intensas, segundo especialistas.

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