FURACÃO

Furacão Helene deixa ao menos 33 mortos e provoca inundações "catastróficas" nos EUA

Os cientistas vincularam algumas características meteorológicas extremas diretamente ao aquecimento global

Os destroços deixados pelo furacão Helene após atingir a costa são vistos em Cedar Key, FlóridaOs destroços deixados pelo furacão Helene após atingir a costa são vistos em Cedar Key, Flórida - Foto: Miguel Rodriguez / AFP

O furacão Helene causou pelo menos 33 mortes e grandes inundações em todo o sudeste dos Estados Unidos nesta sexta-feira (27), deixando milhões de pessoas sem eletricidade.

Ao menos 14 pessoas morreram na Carolina do Sul, 11 na Geórgia, 7 na Flórida e uma na Carolina do Norte, segundo o balanço mais recente das autoridades locais.

Estradas, casas e comércios ficaram submersos após Helene tocar a terra perto de Tallahassee, capital do estado da Flórida, durante a noite, avançando em direção ao norte, embora tenha se enfraquecido e se tornado uma tempestade tropical.

O Centro Nacional de Furacões (NHC) informou sobre "inundações históricas e catastróficas" e alertou para súbitas elevações das águas em Atlanta, a maior cidade da Geórgia, assim como nas Carolinas do Sul e do Norte.

Foram previstas chuvas de até 300 milímetros de chuva nas montanhas dos Apalaches, com áreas isoladas recebendo ainda mais precipitação.

Em Perry, uma cidade próxima ao ponto em que Helene atingiu a costa como um furacão de categoria 4, as casas ficaram sem eletricidade e um posto de gasolina foi destruído.

"Sou da Flórida, então estou meio acostumado, mas em certo momento fiquei muito assustado. Parecia que minha casa ia voar", disse à AFP Larry Bailey, de 32 anos, que passou a noite abrigado em sua pequena casa de madeira com seus dois sobrinhos e sua irmã.

O governador da Geórgia, Brian Kemp, indicou 11 vítimas fatais no estado, entre eles um socorrista, e disse que a cidade de Valdosta identificou 115 estruturas gravemente danificadas, com várias pessoas presas em seu interior.

As autoridades do condado de Pinellas, na Flórida, confirmaram cinco mortes relacionadas à tempestade.

Na Carolina do Norte, outra morte foi confirmada na queda de uma árvore sobre uma casa, informou o corpo de bombeiros.

Com o tufão Yagi atingindo a Ásia, a tempestade Boris levando chuvas para a Europa e as inundações extremas no Sahel, setembro tem sido um mês muito chuvoso em nível global.

Cientistas vinculam alguns fenômenos meteorológicos extremos diretamente ao aquecimento global causado pelo ser humano, mas ainda é muito cedo para tirar conclusões claras sobre o mês em curso.

Novo normal? 
"Precisamos começar a nos perguntar: esse é o novo normal? Isso vai acontecer todo ano?", declarou Curtis Drafton, um voluntário de busca e resgate de 48 anos, em Steinhatchee, Flórida.

"Fala-se muito sobre uma tempestade que ocorre uma vez na vida, mas no ano passado tivemos outra semelhante", comentou à AFP.

Alguns moradores de Atlanta usaram baldes para esvaziar a água pelas janelas do andar térreo.

Os aeroportos de Tampa e Tallahassee fecharam e mais de 3,4 milhões de residências e empresas ficaram sem energia na Flórida, Geórgia e nas Carolinas nesta sexta-feira, de acordo com o site de rastreamento PowerOutage.us.

Na zona de impacto, os moradores foram avisados sobre uma tempestade nunca antes vista.

O morador de Tampa Bay, Matt Heller, disse à CNN que sua casa ficou sob 1,2 metros de água meia hora após a tempestade, enquanto ele se abrigava em um caiaque em sua sala de estar inundada.

"Esta é definitivamente a maior inundação que já tivemos", disse ele.

O presidente Joe Biden e as autoridades estaduais instaram as pessoas a atenderem aos avisos oficiais de evacuação antes da chegada de Helene, embora algumas tenham optado por ficar em casa para esperar a tempestade passar.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, mobilizou a Guarda Nacional e milhares de funcionários para possíveis operações de busca e resgate e restauração de energia.

Helene atingiu antes a península de Yucatán, no México, onde há vários resorts turísticos.

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