Furacão Helene causa ao menos 100 mortes ao passar pelos EUA
Carlina do Norte é o estado mais afetado e já registra 39 mortes
O número de mortos pelo furacão Helene aumentou para ao menos 100, anunciaram nesta segunda-feira (30) as autoridades, enquanto a resposta do governo de Joe Biden à catástrofe que assola o sudeste dos Estados Unidos entra na campanha eleitoral.
Biden, que aprovou ajuda federal para vários estados após o desastre, prometeu que a assistência durará o tempo que for necessário.
"Continuaremos enviando recursos, incluindo alimentos, água, comunicações e equipamentos de resgate", disse o presidente nesta segunda-feira. "Estaremos lá (...) o tempo que for necessário para concluir os trabalhos", acrescentou o presidente, que planeja viajar esta semana para as áreas mais afetadas.
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Os socorristas continuam procurando sobreviventes e levando alimentos aos moradores afetados pelas enchentes, cortes de energia e estradas bloqueadas. Quase dois milhões de lares e empresas permaneciam sem energia nesta segunda-feira, segundo o poweroutage.us.
Helene tocou a terra na tarde de quinta-feira perto de Tallahassee, capital da Flórida, como um furacão de categoria 4 – em uma escala de 5 – com ventos de 225 km/h. Depois, foi rebaixado a ciclone pós-tropical, mas deixou para trás um cenário devastado.
A vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris, que cancelou eventos de campanha para se informar sobre a resposta federal, também visitaria as zonas afetadas.
O republicano Donald Trump visitará Valdosta, na Geórgia, o local onde houve a maior destruição devido às enchentes e também um estado-chave nas eleições acirradas que serão realizadas dentro de apenas cinco semanas.
"Concentrados em salvar vidas"
Ao menos 100 pessoas morreram: 39 na Carolina do Norte, 25 na Carolina do Sul, 17 na Geórgia, 14 na Flórida, quatro no Tennessee e uma na Virgínia, segundo balanços das autoridades locais. O número total deve aumentar.
Ventos fortes e chuvas torrenciais deixaram algumas cidades em ruínas e estradas inundadas.
O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, disse nesta segunda-feira que centenas de estradas foram destruídas e muitas comunidades "apagadas do mapa".
"Esta é uma tempestade sem precedentes", disse Cooper aos repórteres. "Estamos trabalhando para aumentar a ajuda. O desgaste emocional e físico aqui é indescritível. Os rios continuam a subir, então o perigo não cessou".
Cooper afirmou que o plano de reconstrução de longo prazo teria que levar em conta a realidade das condições climáticas mais extremas. No entanto, advertiu: "Neste momento, estamos nos concentrando em salvar vidas e levar suprimentos às pessoas que precisam desesperadamente".
Após formar-se no Golfo do México, Helene se deslocou sobre águas particularmente quentes. "É provável que estas águas muito quentes tenham desempenhado um papel na rápida intensificação do Helene", disse à AFP a climatologista Andra Garner.
Os cientistas argumentam que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões, porque há mais energia nos oceanos mais quentes para que se abasteçam.