Ondas de 8,5 metros e rajadas de quase 122 km/h: A agressividade do furacão Milton
O Saildrone é um veículo autônomo movido a vento e energia solar, projetado para coletar dados oceânicos e ambientais em missões de longa duração
Um drone marítimo capturou uma onda de 8,5 metros e rajadas de vento de quase 122 km/h perto do centro do furacão Milton, de acordo com o Laboratório Meteorológico e Oceanográfico Atlântico da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos. A onda foi registrada a cerca de 75 km do centro da tempestade, de acordo com o laboratório.
O Saildrone é um veículo autônomo movido a vento e energia solar, projetado para coletar dados oceânicos e ambientais em missões de longa duração. Ele utiliza uma asa rígida ajustável para captar a energia do vento e navegar pelos oceanos, enquanto painéis solares alimentam seus sistemas eletrônicos e sensores.
Inside Hurricane Milton, @saildrone reported wave height of 28.12 feet and wind gusts as strong as 75.95 mph while 40 nautical miles from the center of the storm. This research represents a collaborative endeavor to better understand the role of the ocean in hurricanes. pic.twitter.com/gmaUopPEWj
— NOAA Atlantic Oceanographic and Meteorological Lab (@NOAA_AOML) October 9, 2024
Equipado com tecnologia avançada, ele pode monitorar parâmetros como temperatura da água, salinidade, vida marinha e até condições atmosféricas, como vento e umidade. Com comunicação por satélite, o Saildrone envia dados em tempo real, permitindo que cientistas acompanhem suas missões remotamente.
Projetado para operar de forma sustentável, o Saildrone pode permanecer no mar por meses, sem necessidade de reabastecimento ou manutenção. Suas aplicações incluem estudos climáticos e oceanográficos, monitoramento de populações de peixes e ecossistemas marinhos, e a coleta de dados meteorológicos.
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A passagem do Milton pela Flórida
Cerca de 5 horas após tocar o solo da Flórida, o furacão Milton, já rebaixado para categoria 1, com ventos de 144km/h, deixava a região de Tampa rumo a Orlando por volta de 2h30 (hora do Brasil). Apesar de mais fraco, a maioria dos condados da Flórida continuava em estado de emergência, e cerca de 2,7 milhões de moradores em todo o estado estavam sem energia. Os serviços de emergência foram suspensos em vários condados, devido aos fortes ventos.
Houve mais de duas dúzias de relatos de tornados ou danos relacionados a tornados da tempestade no estado, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. Um deles atravessou o Spanish Lakes Country Club Village, uma comunidade de aposentados em Fort Pierce, na costa leste, e matou várias pessoas, de acordo com a polícia.
O perigo das rajadas de vento levaram as autoridades de Tampa a suspenderem os serviços de emergência até que seja seguro para os socorristas. Ao menos 400 mil pessoas estão sem energia na cidade, segundo a chefe dos bombeiros da cidade, Barbara Tripp, em entrevista à CNN americana.
Na Baía de Tampa, a água está recuando conforme o furacão de desloca para o sul. Autoridades locais, no entanto, alertaram a população para os riscos fatais para os curiosos em ver o fenômeno de perto: “Não entre na água que está recuando na Baía de Tampa. A água voltará com a maré de tempestade e representa um risco de morte”, disse a Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida.
Zonas de seis condados do estado receberam ordens de evacuação obrigatórias, enquanto outras estão sob alerta de emergência. A situação mais dramática é na costa oeste, onde está localizada a Baía de Tampa, onde estão cidades grandes como Clearwater e Saint Petersburg. Na cidade de Tampa, o parque Busch Gardens fechou as portas diante da proximidade do furacão. Em outros pontos turísticos da costa da Flórida, como Venice, moradores também estão procurando abrigos.