G20 Social tem movimentação intensa no primeiro dia: filas para debates e barraquinhas lotadas
Indígenas, quilombolas, estudantes, pesquisadores, ativistas e representantes de governo se misturam entre o público desta quinta-feira
No primeiro dia do G20 Social, os acessos ao Espaço Kobra, na Praça Mauá, onde acontecem as principais atividades do fórum, ainda concentram muitas pessoas, que encaram uma fila de aproximadamente uma hora para entrar no pavilhão.
Indígenas, quilombolas, estudantes, pesquisadores, ativistas e representantes de governo se misturam entre o público desta quinta-feira. Durante a manhã, também houve filas nas barraquinhas de comida espalhadas ao longo do Boulevard Olímpico.
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Muita gente chegou ao local ainda no amanhecer do dia, depois de horas na estrada. De São Francisco do Itabapoana, Marilene da Silva vigia o sono dos filhos Vitória, de 18 anos, e Pablo, de 14, em um banco de concreto, depois de passar a noite em claro em quatro horas de viagem até a Praça Mauá. Eles moram no assentamento do Movimento dos Sem Terra (MST), no Norte Fluminense.
— Saímos 2h da manhã de lá e chegamos às 6h aqui. Eles queriam assistir às palestras, tive que vir junto. Agora estão muito cansados e estão dormindo aqui mesmo. Eu estou com sono também, mas tenho que ficar de olho neles — conta Marilene.
A estudante de geografia da UERJ, Sofia Viegas, está comemorando o aniversário de 20 anos com os amigos de faculdade no evento. Teve até “parabéns pra você” na fila.
— Hoje é meu aniversário e chamei meus amigos para a gente participar desse momento tão importante para a cidade e para o país. Achei muito legal a iniciativa do G20 Social de colocar a população para debater também. Nas outras edições a gente não via isso nitidamente. Espero que seja muito proveitoso - conta.
Fila na hora do almoço
O Boulevard Olímpico, na Praça Mauá, ficou lotado durante todo o dia. Na hora do almoço, havia fila nas diferentes barraquinhas de comida espalhadas próximo ao Armazém Utopia. As tendas começaram a ser montadas ainda no início da manhã, mas o serviço só começou a funcionar por volta do meio-dia.
O público que foi acompanhar as palestras do G20 social lotou as mesas e cadeiras ao longo do Boulevard.
O que é o G20?
A abreviação G20 significa “grupo dos vinte”, um bloco de cooperação internacional entre as nações mais industrializadas que busca discutir iniciativas para melhorar as questões econômicas, políticas e sociais de seus membros.
Criado no final da primeira década dos anos 2000, após a crise financeira causada pelo colapso do banco Lehman Brothers, o grupo é composto por 19 nações mais a União Europeia e a União Africana: Brasil, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia -, além da União Europeia e União Africana.
A Cúpula do G20 é a reunião entre os chefes de Estado ou de Governo dos países membros. Atualmente, nestas reuniões são discutidos temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas, combate à corrupção e estabilidade econômica global.
Como será o G20 no Brasil?
Os eventos do G20 vão ser concentrados na região portuária do Rio de Janeiro. No G20 Social, que vai se concentrar no Museu de Arte do Rio, haverá 13 núcleos temáticos, nos quais serão debatidas questões como as mudanças climáticas e suas consequências e o combate à fome, à pobreza e às desigualdades.
Em outro evento, prefeitos de 60 cidades de todo o mundo vão se encontrar no Urban Summit 20 (U20), de amanhã até domingo no Armazém da Utopia. Estão confirmadas as presenças dos chefes do Executivo de Paris, Oslo, Los Angeles e Milão, entre outros. A pauta ambiental deve dar o tom dos debates. No fim de cada dia, música para celebrar.
O Aliança Global Festival terá shows gratuitos de artistas como Ney Matogrosso, Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina e Roberta Sá. Serão sempre a partir das 17h, com apresentação de DJs.
Os líderes dos países mais industrializados do mundo vão se encontrar no Museu de Arte Moderna do Rio (MAM), no Flamengo, Zona Sul da cidade. São aguardadas 55 delegações, de 40 países e 15 organizações internacionais.
O que vai fechar?
- Bancos - contas de água, energia e telefone com vencimento durante o feriado poderão ser pagas sem acréscimo no dia útil seguinte, 21 de outubro (quinta-feira);
- Órgãos públicos, exceto os que prestam serviços essenciais (saúde, segurança, transporte, limpeza, serviço funerário)
O que vai abrir?
- comércio de rua;
- bares e restaurantes;
- padarias;
- hotéis, hospedarias e pousadas;
- centros, galerias comerciais e shopping centers;
- estabelecimentos culturais, teatros, cinemas e bibliotecas;
- pontos turísticos;
- empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de imagens;
- empresas programadoras e de produção de televisão por assinatura;
- indústrias localizadas nas Áreas de Planejamento (APs) 3 (bairros da Zona Norte como Penha, Ramos, Irajá, Madureira, Méier, Pavuna, Maré, Jacarezinho e Ilha do Governador), 4 (Barra da Tijuca e Jacarepaguá) e 5 (bairros da Zona Oeste como Bangu, Realengo, Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba);
- estabelecimentos que desenvolvem atividades por meio de trabalho remoto.
O que muda no trânsito durante o G20?
O Aterro do Flamengo será totalmente bloqueado para veículos de 17 a 19 de novembro, só sendo permitida a passagem de carros oficiais com as delegações.
As passarelas para pedestres estarão fechadas. As passagens subterrâneas estarão liberadas.
Na sexta-feira (Dia da República) pela manhã, o Aterro também será bloqueado para o treinamento das forças de segurança. À tarde, a via estará liberada ao trânsito.
Não haverá áreas de lazer no Aterro e na orla da cidade nos dias 15, 17, 18, 19 e 20 de novembro. As vias da orla no Leblon, em Ipanema e Copacabana ficarão abertas ao tráfego.
A principal rota das delegações é a Linha Vermelha, que não ficará fechada ao tráfego, exceto quando houver passagens de delegações.