G7 oferece "apoio indefectível" à integridade territorial da Ucrânia e ameaça Rússia com sanções
Em uma publicação na rede social Truth Social, Donald Trump afirmou que há uma "chance muito boa" de a guerra terminar após discussões "produtivas" com o presidente russo
Os ministros das Relações Exteriores dos países do G7 reafirmaram nesta sexta-feira seu "apoio indefectível" à integridade territorial da Ucrânia e ameaçaram impor novas sanções contra a Rússia caso Moscou não apoie a proposta de cessar-fogo articulada pelos Estados Unidos.
As declarações foram feitas durante a reunião do grupo em Charlevoix, no Canadá.
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"Os membros do G7 reafirmam seu apoio indefectível à Ucrânia na defesa de sua integridade territorial", destacou o grupo em comunicado oficial.
Além do apelo pelo cessar-fogo, os líderes do G7 enfatizaram a necessidade de acordos de segurança confiáveis para evitar a "agressão" russa.
— Todos os ministros das Relações Exteriores do G7 estão de acordo com a proposta dos Estados Unidos, que têm o respaldo dos ucranianos, e agora estamos estudando e observando a reação da Rússia — disse a ministra canadense Melanie Joly.
A posição da Rússia
O Kremlin anunciou nesta sexta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, entregou uma série de mensagens ao enviado especial americano Steve Witkoff para serem transmitidas ao presidente dos EUA, Donald Trump — Witkoff visitou na quinta-feira Moscou para apresentar oficialmente a proposta de cessar-fogo negociada pelos EUA com a Ucrânia.
O diálogo intermediado, sugeriu a Presidência russa, deve anteceder uma conversa entre os dois mandatários, passo apontado por Kiev e potências europeias como um artifício para prolongar a campanha militar.
A posição reticente de Moscou em aceitar o cessar-fogo de 30 dias, cuja negociação os EUA tentam acelerar ao máximo, com o aumento de pressão sobre a Ucrânia e envio de delegações ao Oriente Médio e à Rússia no decorrer desta semana, indica uma aparente divergência sobre a urgência em se interromper os combates no front, onde as tropas russas conquistaram avanços nos últimos dias.
Embora o Kremlin afirme que Putin "concorda" e é "solidário" à abordagem de Trump sobre o fim da guerra, o presidente pontuou as seguintes questões sobre os termos:
Enquanto a Ucrânia defende um cessar-fogo como passo inicial para a discussão de um acordo final, Putin quer que tudo seja definido em um único acordo.
A falta de um aceite imediato provocou reações. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou que os comentários de Putin na quinta-feira sobre o plano de cessar-fogo mostram que o presidente "busca continuar a guerra".
"Chance boa de a guerra terminar", diz Trump
Em uma publicação na manhã desta sexta-feira na rede social Truth Social, Trump afirmou que o acordo é importante para interromper a matança na Ucrânia, mas não se referiu à Rússia ou aos comentários de Putin. Ele também retomou alegações de que a guerra no Leste Europeu não teria ocorrido se fosse presidente e culpou o ex-presidente Joe Biden por crises geopolíticas dos últimos anos.
"O corrupto Joe Biden nos colocou em uma verdadeira 'bagunça' com a Rússia (e TUDO MAIS!), mas eu vou nos tirar dela. Milhões de pessoas estão desnecessariamente mortas, para nunca mais serem vistas... e haverá muitas mais a seguir se não conseguirmos concluir e assinar o cessar-fogo e o acordo final com a Rússia. Não haveria GUERRA se eu fosse presidente. Simplesmente 100% não teriam acontecido", escreveu.
Além disso, o republicano afirmou que há uma "chance muito boa" de a guerra terminar após discussões "produtivas" com o presidente russo.
"Tivemos discussões muito boas e produtivas com o presidente Vladimir Putin da Rússia ontem, e há uma grande chance de que essa guerra horrível e sangrenta possa finalmente chegar ao fim", disse Trump no Truth Social, acrescentando que havia solicitado que Putin poupasse as vidas das tropas ucranianas "completamente cercadas".
Ainda não há previsão de data para a esperada conversa direta entre Putin e Trump. Veículos de comunicação russos informaram que Witkoff deixou Moscou nesta sexta-feira em um voo que partiu do aeroporto de Vnukovo (o mesmo no qual desembarcou na quinta).