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G7 quer ampliar frente das democracias contra Rússia e China

Pela manhã, o G7 fez um novo apelo à Rússia para que permita a "livre circulação" grãos bens procedentes da Ucrânia

Castelo de Elmau, sul da Alemanha, onde o chanceler alemão sedia uma cúpula do Grupo dos Sete países ricos (G7). A Alemanha sediará a 48ª Cúpula do G7 de 26 a 28 de junho no Castelo de Elmau, sul da AlemanhaCastelo de Elmau, sul da Alemanha, onde o chanceler alemão sedia uma cúpula do Grupo dos Sete países ricos (G7). A Alemanha sediará a 48ª Cúpula do G7 de 26 a 28 de junho no Castelo de Elmau, sul da Alemanha - Foto: Ludovic Marin / POOL / AFP

Ao convidar cinco países emergentes, entre eles Argentina, África do Sul e Índia, o G7, reunido na Baviera, quer ampliar a frente das democracias contra Moscou e Pequim.

Os líderes da Argentina, Índia, Senegal, Indonésia e África do Sul e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, somaram-se nesta segunda-feira (27) à tarde às negociações, no Castelo de Elmau, próximo aos Alpes bávaros.

Para o anfitrião da cúpula, o chanceler alemão Olaf Scholz, este convite deve mostrar que a "comunidade de democracias" não se reduz ao "Ocidente e aos países do Hemisfério Norte".

"As democracias do futuro estão na Ásia e na África", afirmou o líder alemão, antes da cúpula.

Em um G7 dominado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, mas também pelas crises climática e alimentar, "dialogar com esses países essenciais", que têm "papéis de líderes regionais", é algo "positivo", explicou à AFP Thorsten Brenner, diretor do centro de análise Global Public Policy Institute (GPPI).

Países cortejados

Uma sessão dedicada à segurança alimentar está prevista para esta segunda-feira (27) à tarde. Pela manhã, o G7 fez um novo apelo à Rússia para que permita a "livre circulação"dos grãos, bens procedentes da Ucrânia.

No entanto, este convite aos países que somam mais de 1,7 bilhão de habitantes obedece a outros desafios estratégicos, cinco meses depois da invasão russa à Ucrânia.

O G7 deseja, na verdade, atrair para seu campo Índia, Senegal e África do Sul, que se abstiveram durante o voto de uma resolução da ONU condenando o ataque russo.

Esses países também são cortejados por Vladimir Putin, que defendeu em 22 de junho um reforço dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e um vínculo maior com países da Ásia, África e América Latina.

Portanto, a Rússia "redireciona ativamente seus fluxos comerciais e seus contatos econômicos externos com aliados internacionais confiáveis, principalmente com os países dos Brics", afirmou Putin, que citou como exemplo "negociações para a abertura de redes de lojas indianas na Rússia".

A Índia, por sua vez, busca um equilíbrio difícil entre as relações que mantém com o Ocidente, por um lado, e por outro com a Rússia, que lhe fornece grande parte de suas necessidades em armas e energia, tudo isso em um contexto de rivalidade entre Nova Délhi e Pequim.

Fortes pressões

A Indonésia também ocupa um lugar especial, com sua presidência do G20 este ano.

O chefe de Estado indonésio, Joko Widodo, viajará em breve para Ucrânia e Rússia. Também receberá em novembro uma cúpula do G20 para qual Putin está convidado, apesar da pressão do Ocidente para excluir a Rússia do grupo pela invasão da Ucrânia.

A Indonésia, no entanto, resistiu alegando que sua posição de anfitriã a obriga a ser "imparcial", segundo Joko Widodo, que também convidou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Os ocidentais concordaram que a eventual presença do presidente russo não deve colocar em dúvida sua própria participação, como afirmaram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o próprio Scholz, que descartaram a ideia de um boicote.

"O G20 é muito importante para os países emergentes para que deixemos que Putin o destrua", destacou Von der Leyen.

Se os líderes ocidentais comparecerem a Bali, seria seu primeiro encontro físico com o presidente russo desde a invasão da Ucrânia por Moscou, em 24 de fevereiro.

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