G7 tenta impedir que Rússia contorne sanções usando criptomoedas
Com sanções econômicas impostas pelos EUA e aliados, russos recorrem às criptomoedas
As potências do G7 estão estudando medidas para impedir que indivíduos e entidades russas, alvos de sanções pela invasão da Ucrânia, usem criptomoedas para contornar dispositivos de controle, informou o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, nesta quarta-feira(2).
"Devemos tomar medidas para impedir que pessoas e instituições dessa lista usem criptomoedas que não são regulamentadas. Atuamos nesse sentido no âmbito da presidência alemã do G7", disse Lindner em comunicado.
Desde que os Estados Unidos e seus aliados ocidentais lançaram um pacote de sanções para prejudicar a moeda e o setor bancário russos após a invasão da Ucrânia na semana passada, as compras de criptomoedas em rublos dispararam para níveis recordes.
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Os russos correram para os criptoativos na esperança de encontrar neles um valor de refúgio, como o bitcoin, que funciona em uma rede descentralizada. Nenhuma entidade central pode ser sancionada ou impedir que os usuários acessem essas criptomoedas.
O ministro alemão não especificou quais medidas estão sendo consideradas para limitar o uso dessas moedas digitais.
A princípio, os governos poderiam pedir às plataformas que limitassem o acesso a determinados usuários, como a Ucrânia fez recentemente com contas russas.
O uso de criptomoedas para resistir a sanções econômicas não é novidade, em países como Irã ou Coreia do Norte, que também estão sujeitos a sanções econômicas, é comum.
Os líderes ocidentais anunciaram que nos próximos dias vão ordenar mais sanções contra a Rússia, que querem isolar econômica e financeiramente.
Entre as sanções impostas na última semana está a exclusão de vários estabelecimentos bancários e financeiros russos do sistema interbancário internacional Swift e o bloqueio dos ativos do Banco Central russo, o que contribuiu para o colapso do rublo.
"[O presidente russo] Vladimir Putin deve entender em que caminho errado ele está se metendo", acrescentou Lindner no comunicado.