Carnaval

Galo recebe últimos ajustes para cair na folia em 2023

Neste ano, a majestade do carnaval de Pernambuco vai referenciar suas origens

Galo está ficando pronto para desfilar nas ruas do Recife no Carnaval 2023Galo está ficando pronto para desfilar nas ruas do Recife no Carnaval 2023 - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Patas, dreads, crista... Majestade do Carnaval de Pernambuco, o Galo está ficando pronto para reinar sobre a Ponte Duarte Coelho após dois anos sem folia. Em 2023, pela primeira vez em sua história, o Gigante terá outra cor. Na cor preta, o majestoso foi batizado de Galo Ancestral, no intuito de reverenciar suas origens carnavalescas, além de trazer a representatividade da etnia brasileira e, sobretudo, da população negra.

Ao lado da designer Germana Xavier, o artista plástico e consultor pernambucano, Leopoldo Nóbrega, mostrou detalhes do galo preto. Serão mais de 600 peças espalhadas pelos 28 metros de altura do majestoso. Destas, aproximadamente, 90% produzidas de materiais e resíduos recicláveis.

"Nós temos CDs, DVDs, lonas de outdoor que foram doadas. Materiais alternativos de carnavais e outras cenografias que a gente fez. As cordas são de garrafa pet. Então, assim, é um manancial, repertório de educação ambiental. É um galo que traz uma potência de diálogos de várias dimensões transdisciplinar, entre arte, ciência, empreendedorismo", detalhou o artista plástico. 

De forma tradicional, o desfile do Galo da Madrugada acontece tradicionalmente no Sábado de Zé Pereira, que neste ano será em 18 de fevereiro. Com o objetivo de deixar tudo pronto até lá, mais de 200 pessoas participam da construção da principal alegoria do carnaval do Estado. 

Uma das novidades do Gigante neste ano será os dreads. Serão mais de 30 com quase seis metros de comprimento cada, e que foram produzidos com resíduos oriundos do Polo de Confecções do Agreste, tanto malhas como jeans, assim como sobras do galo de 2020. As asas serão douradas, em homenagem a Oxum, que também é reverenciada na cidade, cuja padroeira vem a ser Nossa Senhora do Carmo, em franco sincretismo com a ancestralidade negra. 

No pescoço, mais dourado, desta vez com um colar no estilo gargantilha africana. A cauda trará todas as cores da paleta do arco-íris para rememorar que o Carnaval é, sim, de todos. Mosaicos de espelhos tecnológicos serão confeccionados com descartes de DVDs, iluminando a importância do consumo consciente e compondo a indumentária, reforçando o sagrado que reflete e transmuta as energias, presentes na gola e partes do figurino do gigante.

Na roupa, Leopoldo também mascarou alguns símbolos sagrados da folia, fazendo referência ao frevo e maracatu. Na cabeça do Galo Ancestral, pinturas africanas em cor branca irão adornar o rosto do Gigante, que contará com dreads com fitas de múltiplas cores. 

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