Brasil

Garimpeiros ilegais fecham aeroporto durante visita de Salles a cidade do Pará

Salles foi à região para acompanhar uma operação do Ibama contra garimpos ilegais de ouro na Terra Indígena (TI) Munduruku

Ricardo Salles, ministro do Meio AmbienteRicardo Salles, ministro do Meio Ambiente - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, enfrentou nesta quarta-feira (5) um protesto de garimpeiros durante visita à Jacareacanga (PA), a 1.695 km de Belém. Ele foi à região para acompanhar uma operação do Ibama contra garimpos ilegais de ouro na Terra Indígena (TI) Munduruku.

Imagens distribuídas em redes sociais mostram garimpeiros não indígenas e mundurucus fechando a pista do aeroporto de Jacareacanga, após a saída de Salles, que foi à região acompanhado de um grupo de jornalistas .

Um dos garimpeiros gravou um vídeo diante de um avião da Força Aérea em que diz que "o garimpeiro é que faz as coisas pelos indígenas aqui". Segundo levantamento da ONG Greenpeace, a região do Alto Tapajós, onde está a TI Munduruku, concentra 60% da destruição provocada pelo garimpo em toda a Amazônia ao longo dos últimos 12 meses.

A atividade ilegal é feita por meio de PCs (retroescavadeiras), que rapidamente destroem os igarapés e rios da região, devastando as margens, despejando toneladas de resíduos e alterando os cursos d'água.


A operação realizada nesta quarta já era de conhecimento dos garimpeiros ao menos desde domingo, quando sites da região relataram a chegada a Jacareacanga de militares que fazem o combate a crimes ambientais por meio da Operação Verde Brasil 2, em conjunto com o Ibama.

Para o Greenpeace, o aumento do garimpo ilegal na região está relacionado às promessas do presidente Jair Bolsonaro de legalizar a atividade em terras indígenas.

"Além de estar intimamente ligado ao claro processo de desmonte da política ambiental brasileira, o 'liberou geral do garimpo está profundamente associado ao desejo do presidente em abrir as terras indígenas à mineração e ao garimpo, que já foi alvo de ação institucionalizada por meio do PL 191, enviado pelo Executivo em fevereiro deste ano, num flagrante desrespeito à Constituição de 1988, ao desejo de proteção das terras indígenas já expressado pela ampla maioria da sociedade brasileira e ao direito dos povos indígenas à consulta livre, prévia e informada", diz o Greenpeace, em nota.

A reportagem procurou Salles questionando a estratégia do Ibama na TI Munduruku, mas não houve resposta até a conclusão deste texto.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter