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Gaza vai precisar de ajuda 'sem precedentes' desde 1948 para sua reconstrução, diz ONU

Pelo menos 34.596 palestinos morreram até esta quinta-feira, a maioria mulheres e crianças

 Um homem palestino puxa um carrinho em uma estrada cercada por prédios destruídos em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Um homem palestino puxa um carrinho em uma estrada cercada por prédios destruídos em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. - Foto: AFP

Morte, aumento da pobreza, colapso da economia, destruição do parque habitacional e perda de emprego. O nível de devastação da guerra em Gaza "não tem precedentes", alertou nesta quinta-feira (2) um relatório da ONU sobre o impacto macroeconômico e humano dos seis meses de conflito.
 

A guerra que Israel trava na Faixa de Gaza contra o Hamas, após os ataques mortais do movimento palestino em solo israelense em 7 de outubro, fez retroceder em 17 anos o índice de desenvolvimento humano, que mede indicadores como renda per capita, expectativa de vida e educação.

"O alcance e a escala dos danos não têm precedentes e continuam a aumentar à medida que a guerra continua", resume o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), segundo o qual "5% da população de Gaza" foi morta por bombas ou ficou ferida.

Pelo menos 34.596 palestinos morreram até esta quinta-feira, a maioria mulheres e crianças, segundo o último balanço do Ministério da Saúde de Gaza.

"O nível de destruição em Gaza é tão alto que a ajuda necessária seria de uma magnitude nunca vista desde 1948 para reconstruir infraestruturas públicas, incluindo escolas, hospitais e outras instalações de saúde e água, saneamento e higiene, e retomar os serviços sociais básicos", explica o relatório.

O PIB palestino caiu 8,7% em 2023 e a previsão para este ano é que despenque 25,8% (o equivalente a 6,9 bilhões de dólares). Se o conflito continuar por mais três meses, a queda subirá para 29% em 2024, enquanto a taxa de pobreza aumentara de 38,8% para 46,1%.

Todos os setores foram afetados, mas nenhum como o da construção, que contraiu 75,2%. O desemprego subiu para 46,1%, em comparação com os 25,7% de antes da guerra.

"A destruição foi sistêmica" e as perspectivas de recuperação "são escassas", sublinha o PNUD, que atualizou um primeiro relatório apresentado em novembro.

Para se ter uma ideia do nível de destruição, o PNUD aponta que apenas o transporte de materiais para a reconstrução das casas destruídas desde o início da guerra, em um cenário 'otimista', vai demorar até 2040.

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