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MEMÓRIA

Gean Carlos, jovem morto a facadas na avenida Guararapes, após um assalto, é homenageado na UFRPE

"Esse momento foi um alento, senti um pouco dele hoje", afirmou Sinara Patrícia Léo, mãe da vítima

Gean Carlos, morto a facadas na última quarta-feira (1º), após um assalto, é homenageado na UFRPEGean Carlos, morto a facadas na última quarta-feira (1º), após um assalto, é homenageado na UFRPE - Foto: Aline Vieira/Divulgação

O dia desta terça-feira (7) foi marcado por mobilizações que pediram justiça por Gean Carlos Lopes da Silva, o estudante de 20 anos assassinado a facadas na última quarta-feira (1º), após um assalto a ônibus, na avenida Guararapesno Centro do Recife.

Familiares, amigos e estudantes do Departamento de Ciências do Consumo, no qual Gean cursava o 4º período, reuniram-se em um debate sobre a violência urbana em Pernambuco. O encontro aconteceu na Ecofeira da Rural, no estacionamento do Centro de Ensino de Graduação (Cegoe), na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 

Na reunião, os presentes pediram por uma conferência estadual de segurança pública, para criar uma aliança entre os municípios e melhorar a segurança urbana no estado. 

Após o debate, Gean Carlos foi homenageado com a colocação de um mural em lambe, na escadaria do Cegoe, para que sempre seja lembrado pelos colegas. 

A mãe de Gean, Sinara Patrícia Léo, esteve presente durante o debate e a homenagem. A empreendedora falou sobre a importância do momento para a família. 

"Esse momento foi um alento, senti um pouco dele hoje. Também fiquei sabendo hoje que o sonho dele era ir embora para o exterior, para estudar moda. Mas ela ainda não tinha me contado. Ele era muito fechado, quando vinha me visitar era muito cheiro, abraço, saíamos juntos... Mas não tinha falado comigo sobre isso", contou Sinara.

Mãe de um casal, ela contou ainda que, além do filho, perdeu o maior confidente. 

 "Ele me escutava, ouvia os meus problemas...  era como se ele fosse minha caixinha, meu diarinho. Conversava muito com ele sobre tudo na minha vida", disse Sinara. 

A mãe de Gean, Sinara Patrícia Léo, esteve presente durante o debate e a homenagem. A empreendedora falou sobre a importância do momento para a família. A mãe de Gean, Sinara Patrícia Léo, esteve presente durante o debate e a homenagem. A empreendedora falou sobre a importância do momento para a família. Foto: Aline Vieira

O caso
Gean Carlos Lopes da Silva, de 20 anos, foi morto a facadas na última quarta-feira (1º), após um assalto a ônibus, na avenida Guararapes, no Centro do Recife. A linha do ônibus onde o caso aconteceu não foi divulgada.

Segundo a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), o jovem foi atingido por golpes de faca. O efetivo do 16º BPM, que foi acionado para o local, socorreu a vítima para o Hospital da Restauração (HR), na área central da capital.

No entanto, ainda de acordo com a PM, durante a realização dos procedimentos pela equipe médica de plantão, Gean não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.

A corporação destacou, ainda, que viaturas realizaram rondas em busca do suspeito, mas o autor do crime não foi localizado até o momento.

A Polícia Civil (PCPE) informou que o caso segue sendo investigando pela 1ª DPH/ DHPP e que mais informações serão repassadas somente em momento oportuno, para não atrapalhar as diligências.

No dia do crime, o caso foi registrado pela Força Tarefa de Homicídios na Capital como latrocínio consumado.

A família
A mãe de Gean conta que só soube da morte do filho por volta do meio dia da quinta-feira (2), através dos amigos da filha. 

"Não sabiámos ainda, e no horário do almoço dela todos os amigos estava dando 'os sentimentos' para ela e ela estava sem entender o que estava acontecendo. Foi aí que ela me contou, e fomos atrás e começamos a ver notícias na internet. Mas ninguém nos ligou, nenhum órgão ou hospital...", lamentou Sinara. 

Gean Carlos voltava do trabalho, na Boa Vista, no Centro do Recife, onde havia sido admitido há um mês, para casa, na Várzea, na Zona Oeste da cidade; em um trajeto de cerca de 27 minutos, quando o assalto aconteceu. 

"Fiquei muito perturbada quando soube. Eu sou uma mãe muito protetora, então quando isso aconteceu eu disse 'meu Deus do céu, onde é que eu estava que eu não protegi o meu filho?'", disse a mãe de Gean.

Sinara Patrícia deve ir ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde desta terça-feira (7). A autônoma afirma que só vai sossegar quando o suspeito for preso; e pede que a Polícia Civil investigue também a conduta do motorista do ônibus onde o fato aconteceu. 

"Ele negou socorro ao meu filho, ele permitiu que tirassem o meu filho de dentro do ônibus e colocassem na calçada. Ele deveria ter intervido e ido direto para o Hospital da Restauração, era uma reta. Poderia ter salvado meu filho. Eu o queria do jeito que fosse, mas queria ele vivo. O motorista também tem que ser investigado", afirmou a empreendedora, que fez um pedido:

 "Queria muito vê-lo, e perguntar a ele o que foi se passou pela cabeça dele ao mandar tirarem o meu filho de dentro do ônibus", concluiu Sinara. 
 

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