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General de 92 anos aliado de Pinochet é condenado e será preso por crimes durante ditadura chilena

Santiago Sinclair foi sentenciado a 18 anos de prisão por sua participação na Caravana da Morte que executou 12 camponeses

Pinochet liderou, entre 1973 e 1990, um regime militar que deixou 40.175 vítimas, entre executados, presos desaparecidos, prisioneiros políticos e torturados Pinochet liderou, entre 1973 e 1990, um regime militar que deixou 40.175 vítimas, entre executados, presos desaparecidos, prisioneiros políticos e torturados  - Foto: AFP

O general reformado Santiago Sinclair, de 92 anos e que fez parte da Junta Militar que governou o Chile durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), foi condenado a 18 anos de prisão por sua participação na Caravana da Morte que executou 12 camponeses.

Apesar de sua idade avançada, o general será transferido para a prisão nos próximos dias, disse à AFP uma fonte do Judiciário. Junto com Sinclair, Juan Chiminelli (86 anos), Pedro Espinoza (90) e Emilio de la Mahotiere (86) também devem ir para a prisão.

Sinclair, senador nomeado após o fim da ditadura e próximo a Pinochet, foi condenado neste caso em 2020, mas havia apelado da sentença. Segundo a investigação, Sinclair coordenou o assassinato dos camponeses quando era comandante do Regimento de Caçadores na cidade de Valdivia, cerca de 840 quilômetros ao sul de Santiago.

A Caravana da Morte é um dos casos mais emblemáticos de violação dos direitos humanos durante a ditadura de Pinochet, que deixou mais de 3 mil mortos e 38 mil torturados, segundo dados oficiais.

Logo após o golpe que instaurou a ditadura de Pinochet em 11 de setembro de 1973, os militares organizaram uma caravana que percorreu várias cidades do país em busca de opositores para executar.

Uma das vítimas mais lembradas é o jornalista Carlos Berger, militante do Partido Comunista, que foi preso na cidade de Calama, ao norte, por se recusar a interromper a transmissão da rádio em que trabalhava no dia do golpe militar. Berger foi executado em 19 de outubro por membros da caravana, segundo a investigação do caso.

Pinochet, que morreu em 2006, foi processado e estava em prisão domiciliar por este caso, o primeiro pelo qual ele teve que comparecer perante os tribunais no Chile. Mas em julho de 2002, ele foi absolvido pela Suprema Corte devido a uma demência que o impedia de se defender nos tribunais.

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