General dos EUA visita Oriente Médio enquanto Israel se prepara a possível ataque do Irã
A visita de Kurilla, planejada antes do aumento das tensões, visa mobilizar a coalizão internacional e regional que apoiou Israel em 13 de abril
O general Michael Kurilla, responsável pelo Comando Central dos Estados Unidos no Oriente Médio, chegou à região no sábado, 3, em meio a preparativos de Israel para um possível ataque do Irã. Este ataque seria uma retaliação aos assassinatos de líderes do Hamas e do Hezbollah. A informação foi divulgada pelo site Axios, que adiantou que duas autoridades americanas confirmaram o temor por um ataque.
Ainda de acordo com a publicação, feita pelo jornalista Barak Ravid, também analista da CNN, três autoridades norte-americanas e israelenses afirmaram à publicação que esperam que o ataque do Irã a Israel aconteça já na segunda-feira, 5.
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A visita de Kurilla, planejada antes do aumento das tensões, visa mobilizar a coalizão internacional e regional que apoiou Israel em 13 de abril, conforme relatado pelo Axios, que citou uma autoridade dos Estados Unidos não identificada. Está previsto ainda que Kurilla visite a Jordânia e diversos países do Golfo.
"General Kurilla chegará a Israel na segunda-feira para finalizar a coordenação com as Forças de Defesa de Israel (IDF) antes de um possível ataque iraniano, um oficial israelense me disse", afirmou Ravid no X, antigo Twitter, neste domingo.
Autoridades norte-americanas e israelenses afirmaram que ainda não está claro se o Irã e o Hezbollah planejam um ataque coordenado ou se irão agir separadamente. As autoridades ouvidas pela publicação afirmaram que ambos ainda estão finalizando seus planos militares e buscando aprovação em nível político.
Autoridades dos Estados Unidos antecipam que uma retaliação iraniana possa seguir o padrão do ataque de 13 de abril contra Israel, mas com um escopo possivelmente maior. A ação também pode incluir a participação do Hezbollah no Líbano.
"O governo Biden expressa preocupação de que mobilizar a mesma coalizão de países que apoiou Israel após o ataque iraniano anterior possa ser mais desafiador devido ao assassinato de Haniyeh [Ismail Haniyeh, chefe do Hamas morto em Teerã] e à guerra entre Israel e o Hamas, que provocou sentimentos fortemente negativos contra Israel na região", afirmou um trecho da publicação.
Segundo a publicação, uma autoridade dos Estados Unidos mencionou que o governo Biden pretendia anunciar o reforço das forças americanas na sexta-feira, na esperança de que isso pudesse deter o Irã e o Hezbollah, assim como influenciar seus planos militares.
Líderes do Irã e do Hezbollah, no entanto, haviam prometido anteriormente vingar os assassinatos de Fuad Shukr, principal comandante militar do Hezbollah, e Ismail Haniyeh. Segundo a publicação, tanto o Pentágono quanto o Centcom não haviam respondido aos pedidos de comentários antes do fechamento da reportagem.
Conforme o jornalista Barak Ravid, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá uma consulta de segurança no noite do domingo com os ministro da Defesa, Yoav Galant, e de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, juntamente com altos funcionários da defesa e da inteligência.
A discussão focará nos preparativos para um possível ataque do Irã e do Hezbollah e na situação dos sequestrados, conforme informado por um funcionário do alto escalão israelense.