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General no comando do golpe no Gabão ameaça empresários e pede compromisso

A suspeita é de que os empresários estão envolvidos em caso de corrupção

Moradores aplaudem membros das forças de segurança no distrito de Plein Ciel, Libreville, após golpe de Estado no GabãoMoradores aplaudem membros das forças de segurança no distrito de Plein Ciel, Libreville, após golpe de Estado no Gabão - Foto: AFP

O general Brice Oligui Nguema, o novo homem forte no Gabão após a queda do presidente Ali Bongo Ondimba, ameaçou empresários envolvidos em casos de corrupção e pediu o seu compromisso para "desenvolver o país".

Auditorias recentes revelaram que "as empresas cobraram demais", declarou Oligui Nguema perante 200 empresários "convocados" na quinta-feira na Presidência da República.

"Os serviços vão reexaminar essas investigações para garantir que esse excesso de faturamento seja devolvido ao Estado", acrescentou, segundo o discurso transmitido nesta sexta-feira nos canais de televisão estatais.

Durante o discurso, as emissoras reproduziram imagens de um dos filhos do presidente deposto e de outros ex-altos funcionários do gabinete presidencial diante de baús, malas e sacolas cheias de dinheiro, supostamente apreendidos em suas casas.

Bongo Valentin e seis outros ex-altos funcionários foram presos e acusados pelos militares de "desvio em massa de fundos públicos", "falsificação da assinatura do Presidente da República" e "alta traição".

Tanto a sociedade civil como os partidos da oposição costumavam acusar empresários próximos do poder de "superfaturamento" massivo nos seus contratos com o Estado, em troca de comissões pagas a altos funcionários do governo.

"É uma situação que, para mim, não pode continuar e não vou tolerar", disse Oligui Ngema, que tomará posse como presidente "de transição" do Gabão na segunda-feira.

O presidente Ali Bongo foi deposto na quarta-feira por militares pouco depois de as autoridades eleitorais terem anunciado a sua reeleição para um terceiro mandato, após 14 anos no poder neste país rico em petróleo da África central.

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