Germofóbicos: como a pandemia criou leva de crianças com dificuldade de tocar em objetos e pessoas
Medo de ficar doente ou levar o vírus para alguém da família fez com que os pequenos seguissem com hábitos extremos de higiene
A pandemia de Covid-19 fez com que muitas crianças desenvolvessem um medo extremo de se contaminarem com germes a ponto de lavar as mãos com frequência e evitar tocar em objetos e outras pessoas. A experiência mundial com o coronavírus as tornou germofóbicas.
O tabloide britânico Daily Mail apresenta o caso do pequeno Theo, de 8 anos. Ele tem o costume e lavar a mão por 20 segundos todas as vezes que sente que ela está suja. O menino não bebe água no copo da escola, mesmo que estejam limpos — usa seu próprio copo — e pede que coleguinhas fiquem a dois passos de distância dele caso estejam doentes. O garoto também não dá a mão para qualquer pessoa. Tudo isso por medo de pegar algum vírus que possa fazer mal a ele ou a alguém da sua família.
Especialistas apontam que estes são alguns sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Cerca de 40% das pessoas que sofrem com este problema têm medo de se contaminarem com algum vírus, apontam estudos. A condição muitas vezes pode ser desencadeada por eventos traumáticos da vida. No caso de Theo, foi a pandemia de Covid, que começou quando ele tinha apenas 5 anos, conta sua mãe.
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As medidas sanitárias implementadas durante a pandemia de Covid-19 como forma de impedir a propagação do vírus impactou muito as crianças, afirmam especialistas.
“A segurança pública que promove o distanciamento social e o uso de máscaras teve um efeito muito mais pronunciado nas crianças do que a maioria das pessoas esperava”, diz Zenobia Storah, psicóloga infantil, em entrevista ao portal britânico.
“Ainda vejo regularmente crianças com as mãos vermelhas devido à quantidade de lavagem das mãos e crianças que se recusam a ir à escola porque têm medo de pegar alguma coisa. É preocupante porque o TOC pode acompanhá-los pelo resto de suas vidas".
A condição pode se manifestar em qualquer idade, mas geralmente se desenvolve na infância, por volta dos 5 anos, com os sintomas se tornando mais frequentes e claros por volta dos 6 ou 7 anos, de acordo com estudos. Mas, por causa da pandemia, algumas crianças de 3 e 4 anos já estão começando a demonstrar uma preocupação incomum com questões de higiene.
O tratamento para estes casos deve ser feito com ajuda de um profissional de psicologia, por meio de terapia cognitivo-comportamental.