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Gestão da pandemia: Downing Street terá que tornar públicas mensagens de Boris Johnson

No começo de junho, o governo de Rishi Sunak tinha se recusado a fornecer esses documentos, considerando que eram elementos "alheios ao trabalho"

Boris JohnsonBoris Johnson - Foto: Daniel Leal/AFP

O governo britânico vai ter que entregar os documentos solicitados no âmbito do inquérito público sobre a gestão da pandemia, incluindo mensagens de WhatsApp do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, depois de perder em um tribunal, nesta quinta-feira (6), para a responsável por essa investigação.

No começo de junho, o governo de Rishi Sunak tinha se recusado a fornecer esses documentos, considerando que eram elementos "alheios ao trabalho" efetuado pela comissão de inquérito sobre a gestão da pandemia.

Ele apresentou "importantes questões de princípio", temendo abrir um precedente que tornasse todas as comunicações internas às equipes governamentais suscetíveis à exposição pública. O Cabinet Office (serviços do governo) levou o assunto à Justiça.

Nesta quinta-feira, a Suprema Corte decidiu a favor de Heather Hallett, responsável pela investigação pública sobre a gestão da pandemia. Os juízes avaliaram que os documentos requeridos "provavelmente continham informações sobre as tomadas de decisão" durante a pandemia.

Os documentos julgados "manifestamente não pertinentes" pela investigação devem ser restituídos.

O Cabinet Office deve, portanto, enviar até segunda-feira à tarde as mensagens não editadas de Whatsapp de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico durante a pandemia, assim como seus cadernos e diários.

Após a decisão da Suprema Corte, um porta-voz do governo indicou que o gabinete do governo "cumpriria totalmente esse julgamento e trabalharia com a equipe da investigação".

A pandemia de coronavírus deixou mais de 227 mil mortos no Reino Unido, um dos piores números na Europa. Boris Johson foi acusado de ter agido muito tardiamente, sobretudo ao não confinar imediatamente a população.

O ex-primeiro-ministro foi obrigado a renunciar no verão passado (hemisfério norte) após uma sucessão de escândalos, o primeiro deles sendo o "Partygate", nome dado às festas realizadas em Downing Street durante os confinamentos.

Um relatório parlamentar devastador o acusou de ter mentido para o Parlamento sobre essas festas e recomendou pesadas sanções contra ele. Boris Johnson renunciou ao seu mandato de deputado dias depois da publicação dessas conclusões.

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