Glossário de audiodescrição dos passos de frevo é lançado no Recife
Documento foi desenvolvido por especialista em acessibilidade com o objetivo de garantir o direito à acessibilidade cultural
Criado para democratizar a participação dos amantes do frevo nas atividades culturais da cidade, o glossário de audiodescrição Frevo às Cegas foi lançado nesta quarta-feira (13), no Paço do Frevo, equipamento cultural localizado no Bairro do Recife. O evento também marcou a celebração do Dia do Frevo, data que é comemorada nesta quinta-feira (15).
Leia também
• Paço do Frevo promove encontro entre Homem da Meia-Noite e Cariri Olindense, nesta quinta (14)
• Dia do Frevo: Paço do Frevo oferta cinco cursos e oficinas envolvendo o ritmo; confira opções
• Abrindo o mês do Dia Nacional do Frevo (14/9), Museu Paço do Frevo tem programação especial
O projeto, idealizado pela pesquisadora e audiodescritora Danielle França, deverá auxiliar na difusão do conhecimento sobre a dança, além de incentivar os profissionais da audiodescrição na construção de roteiros de espetáculos de frevo, ritmo que é reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2012.
Para a especialista em acessibilidade cultural, a expectativa é que o glossário colabore com a solidificação do direito à acessibilidade cultural para todas as pessoas.
“O frevo faz parte da cultura do povo pernambucano. É uma dança popular que forma nossa identidade e esse glossário permitirá que as pessoas com deficiência visual conheçam os passos de forma autônoma”, afirmou.
O documento é um tipo de dicionário com palavras ou expressões específicas, tais como termos técnicos ou regionais. A audiodescrição, recurso de acessibilidade comunicacional que traduz imagens em palavras, amplia as possibilidades de acesso das pessoas com deficiência visual ao mundo das imagens.
Para a criação do glossário, foram realizadas oficinas com pessoas com deficiência visual, além de um processo de pesquisa e consultorias. Os encontros foram ministrados no Paço do Frevo pelo passista e professor Jefferson Figueiredo, que é especialista em dança educacional e inclusão.
“Durante o processo fomos percebendo as possibilidades que apareciam e resolvemos estudar o frevo de forma mais profunda. Fomos recebendo o feedback dos alunos, criando outras metodologias e formas de mexer com o corpo”, comentou Danielle.
O documento ficará disponível nas versões impressa em braille e no site do Paço. Também será possível consultá-lo em outros espaços culturais e de ensino onde o glossário ficará disponível com o intuito de nortear professores, amantes do frevo, pessoas com deficiência, profissionais da área de acessibilidade, entre outros.
“O que a gente quis mostrar é que todo mundo pode dançar frevo. É muito importante as pessoas entenderem que os corpos diversos têm essa possibilidade. Todo mundo pode sentir o frevo”, completou a especialista em acessibilidade cultural.