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Caso Marielle

Golpistas estudaram caso Marielle para driblar rastreamento de localização e mensagens, diz PF

Segundo a investigação, militares especializados em operações de sabotagem e insurgência popular adotaram 'técnicas de anomização'

Segundo a PF, militares especializados em operações de sabotagem e insurgência popular adotaram "técnicas de anomização" para se comunicaremSegundo a PF, militares especializados em operações de sabotagem e insurgência popular adotaram "técnicas de anomização" para se comunicarem - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Polícia Federal encontrou documentos no celular de um militar alvo da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira, em que ele dá orientações sobre como dificultar a identificação de usuários de linhas telefônicas.

Um dos arquivos denominado de "Apostila_Anomização" faz uma análise sobre como os investigadores chagaram aos autores do homicídio contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes por meio do rastreamento de antenas de celular.

"Conforme exposto na IPJ (inquérito policial), este documento apresenta uma análise circunstancial sobre a investigação do caso MARIELLE FRANCO. Em trecho do documento, pelo que os analistas observaram, há menção clara de que no referido caso houve a utilização de antenas de celular para ajudar na elucidação do mencionado crime", diz o trecho do relatório da PF que veio a público hoje.

Segundo a PF, militares especializados em operações de sabotagem e insurgência popular adotaram "técnicas de anomização" para se comunicarem entre si.

A tática é prevista "na doutrina de Forças Especiais do Exército que possui como finalidade não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico", conforme os investigadores.

Com telefones no nome de terceiros, os militares criaram um grupo na rede social Signal chamada de "Copa 2022" e discutiram a articulação de um plano para sequestrar e matar o ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF), Alexandre de Moraes.

Eles se conversavam usando como codinome o nome de países que participaram do torneio esportivo naquele ano.

Em relação ao caso Marielle, o documento alerta que a PF conseguiu rastrear a geolocalização do assassino confesso Ronnie Lessa, apesar registro da linha telefônica dele estar no CPF de outra pessoa.

"Um exemplo bastante conhecido da utilização dessas técnicas ocorreu na elucidação no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Apesar de não se tratar de crime cibernético propriamente dito, dá para se ter uma ideia aqui de como se deram as investigações para chegar até os assassinos, principalmente porque nas fases anteriores ao crime houve uso de celular e pesquisas na internet que serviram de pista e de provas para a condenação dos assassinos", diz o documento apreendido pela PF.

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