Saúde

Gonorreia: EUA investigam dois casos de variante da doença 'superforte' e resistente a antibióticos

Cepa é considerada preocupante por profissionais da saúde e já foram detectadas no Reino Unido e na Áustria

A cepa detectada em Massachusetts foi a mesma detectada em oito pacientes no Reino Unido A cepa detectada em Massachusetts foi a mesma detectada em oito pacientes no Reino Unido  - Foto: Pixabay

Os Estados Unidos estão investigando seus dois primeiros casos de uma cepa “preocupante” de gonorreia “superforte” e resistente a uma variedade de antibióticos. Os dois pacientes, que não foram identificados, são de Massachusetts e não viajaram recentemente, o que leva a crer que a doença foi contraída no estado.

Também não há conexão entre ambos, sugerindo que a infecção sexualmente transmissível (DST) está se espalhando. A cepa já havia sido detectada no Reino Unido e na Áustria. Nos Estados Unidos, a gonorreia é a segunda DST mais comum com cerca de 700 mil novos casos por ano.

No Brasil ela é considerada muito comum com mais de 2 milhões de casos por ano. Entre os principais sintomas estão dor ao urinar e secreção anormal do pênis ou da vagina. Os homens podem sentir dor testicular e as mulheres, dor pélvica. Em alguns casos, a gonorreia não tem sintomas.

Se não for tratada, a infecção pode levar a complicações graves, incluindo infertilidade e doença inflamatória pélvica potencialmente fatal em mulheres. Em mulheres grávidas, também tem sido associada à cegueira permanente em recém-nascidos.

Normalmente a doença é tratada com antibióticos. Entretanto, as autoridades de saúde de Massachusetts alertam que a nova cepa mostrou sinais de pelo menos alguma resistência a quase todos os medicamentos usados para tratar a bactéria.

A cepa detectada em Massachusetts foi a mesma detectada em oito pacientes no Reino Unido entre dezembro de 2021 e junho de 2022, e que havia sido relatada anteriormente circulando na região da Ásia-Pacífico.

“A identificação e o tratamento oportunos, bem como uma resposta rápida da saúde pública, são essenciais para manter os pacientes seguros e reduzir o risco de transmissão na comunidade. Devemos todos permanecer alertas para possíveis falhas no tratamento gonocócico enquanto combatemos a crescente ameaça de resistência antimicrobiana”, afirmou Laura Bachmann, diretora médica da divisão dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para prevenção de DSTs.



Relatório da OMS
No final do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório fazendo um alerta sobre o crescimento de bactérias resistentes aos antibióticos. Um dos exemplos destacado do documento é justamente a gonorreia, no qual revela que 60% dos casos são causados por uma versão da bactéria resistente a um dos remédios mais utilizados no tratamento, a ciprofloxacina, o que dificulta o combate à infecção e aumenta o risco de desfechos graves.

A organização também chamou atenção para a tendência de crescimento do problema, visto que os casos de resistência da bactéria que causa a gonorreia aumentaram 15% em quatro anos.

“A resistência antimicrobiana prejudica a medicina moderna e coloca milhões de vidas em risco. Para entender verdadeiramente a extensão da ameaça global e montar uma resposta de saúde pública eficaz à RAM (resistência antimicrobiana), devemos ampliar os testes de microbiologia e fornecer dados com garantia de qualidade em todos os países, não apenas nos mais ricos”, disse na épóca Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

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