Seca

Governo alerta para seca no Pantanal e na Amazônia e faz pacto com Estados para conter crise

O presidente Lula assinou durante o evento um pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios

A União quer estabelecer ações em parceria com governos estaduais para conter os impactos desses eventos na populaçãoA União quer estabelecer ações em parceria com governos estaduais para conter os impactos desses eventos na população - Foto: Rogerio Florentino/AFP

O governo federal alertou nesta quarta-feira (05), para a seca que atingirá o Pantanal e a Amazônia neste ano. Durante evento do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, a ministra Marina Silva afirmou que é preciso se preparar para que os impactos da estiagem sejam minimizados.

Segundo ela, são esperados grandes incêndios no Pantanal no período de seca, que vai de maio a setembro.

Diante do quadro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou durante o evento um pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios com governadores de Estados que compõem esses biomas.

A União quer estabelecer ações em parceria com governos estaduais para conter os impactos desses eventos na população, como reduzir o risco de desabastecimento.

"O que estamos vendo em chuva no Rio Grande do Sul e os efeitos dessas chuvas, vamos ver em estiagem na Amazônia e no Pantanal", disse Marina. " Vamos ter um fenômeno terrível que são os incêndios e queimadas. Não é por acaso que nós temos trabalhado incessantemente."

A ministra afirmou que alguns dos temas que estão no radar do governo no âmbito deste pacto são estratégias para manter o abastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis nas populações que vivem nesses biomas. Na última seca histórica na Amazônia, registrada no ano passado, municípios ribeirinhos ficaram isolados e enfrentaram escassez de suprimentos devido à falta de navegabilidade nos rios.

"Tivemos que fazer uma operação de guerra para levar cestas básicas ano passado. Esse ano é fundamental esse preparo. Uma hora a gente está tendo que agir na seca e outra na cheia", disse a ministra.

Governadores participaram do evento e depois foram para um café com o presidente Lula. Estiveram no evento os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT); de Roraima, Antonio Denarium (PP); do Acre, Gladson Cameli (PP); do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB); e do Pará, Helder Barbalho (MDB). O Pará será a sede da COP-30, em 2025.

Além deles, o governador Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, compareceu ao evento no Palácio do Planalto. Lula viajará para o Estado pela quarta vez nesta quinta-feira, 6. O presidente deve visitar as cidades de Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari. O Rio Grande do Sul vive a pior tragédia climática de sua História, que já deixou 172 mortos e 41 desaparecidos.

"A gente tem que prestar bem atenção no que está acontecendo aqui. A gente está tentando antecipar, tendo a clareza que vamos ter uma grande estiagem, com grande quantidade de matéria orgânica acumulada no Pantanal e o risco de incêndio é muito grande", afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Nesta terça-feira, 4, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um pronunciamento oficial no qual fez alertas sobre as mudanças climáticas. Na ocasião, Marina citou a tragédia do Rio Grande do Sul e argumentou que proteger o meio ambiente é "salvar vidas".

O presidente Lula assinou 14 medidas nesta quarta-feira, incluindo portarias, decretos, protocolos e pactos com Estados para proteção do Meio Ambiente. Lula afirmou que além dos compromissos assumidos é preciso desenvolver atividades turísticas ligadas ao meio ambiente para gerar renda e, ao mesmo tempo, valorizar a floresta.

"Nós temos uma riqueza imensa, entretanto, não temos uma política de desenvolvimento do turismo para visitar essas nossas florestas", comentou Lula, em coletiva de imprensa em ocasião à data nesta quarta-feira, 5. "É importante que, junto com isso (assinatura de atos), a gente pense no desenvolvimento dos Estados", citando que o País poderia aproveitar o turismo para desenvolver as regiões nacionais.

Entre as medidas assinadas pelo presidente, estão a criação do Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais; e a Estratégia Nacional de Bioeconomia.

Queda no desmatamento do Cerrado
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima também divulgou dados sobre o desmatamento no Cerrado, uma das áreas mais críticas do país em relação à derrubada da vegetação nativa.

De acordo com informações do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), o bioma tem passado por uma desaceleração do ritmo de desmate nos últimos meses. De janeiro a maio deste ano houve uma redução de 12,9% no desmate. Em 2023, no mesmo período do ano passado, o Cerrado registrou aumento do desmatamento na ordem de 43,6%.

"Ainda é cedo para dizer que isso é uma inflexão duradoura e constante na curva (de desmatamento), porque no Cerrado uma boa parte do desmatamento conta com a licença, outra parte, quase 50%, é ilegal. Ibama e Estados podem agir muito severamente em relação ao ilegal", disse Marina Silva

A ministra afirmou que o governo está fazendo um movimento de convencimento e proteção do Cerrado e que o desmatamento no bioma está prejudicando a vazão dos rios.

Na sequência, a ministra levantou a ideia de se estabelecer uma "poupança hídrica florestal" como mecanismo de preservação do Cerrado e evitar estiagens tão severas. O bioma conta com vários rios, além de lençóis freáticos profundos e grandes reservatórios subterrâneos.

"Então, os produtores poderão conseguir que suas licenças que são dadas por processos de irrigação - estou falando alto aqui - possam ser condicionadas a uma poupança hídrica que seria na forma de floresta", citou.
 

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